Nesta semana, algo verdadeiramente emblemático aconteceu na carteira do Vacas Leiteiras. Mesmo em um ambiente conturbado — atrapalhado pelas ameaças tarifárias e, mais recentemente, pelos receios com a Lei Magnitsky — a ação da Vivo (VIVT3) ultrapassou a marca de +50% de valorização em 2025.
É isso mesmo: enquanto muitos perdem tempo e saúde com teses “sexy”, mas que só entregam prejuízo e dor de cabeça, uma das empresas mais “sem graça” da bolsa sobe mais de 50% em 2025.
Aliás, desde 2023, VIVT3 já acumula alta superior a 100% — ganhos que os assinantes do Vacas conseguiram capturar em cheio. E, na minha visão, ainda existe espaço para mais valorização.
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A começar pelo valuation: mesmo depois dessa alta, a ação da Vivo negocia por apenas 5x seu Ebitda e um dividend yield próximo de 8%, patamares mais atrativos do que várias empresas elétricas, famosas pelos seus proventos.
Vale lembrar um detalhe curioso sobre esse assunto: ajudada por uma forte geração de caixa, em 2024 a Vivo pagou um dividendo superior ao seu lucro líquido.
Para os anos de 2025 e 2026, ela reiterou a intenção de repetir a dose e distribuir pelo menos 100% do lucro aos acionistas novamente.
Por trás da ação, segmentos com boas perspectivas
Apesar de meio sem graça, a verdade é que os segmentos em que a Vivo opera estão mostrando bom crescimento, e contam com avenidas interessantes pela frente.
No segmento móvel, o 5G ainda tem baixa penetração (amplo espaço para crescer) e a saída da Oi trouxe maior racionalidade e boa capacidade de repasse de custos.
No segmento de fibra, o número de casas conectadas ao serviço de internet da companhia aumentou +13% nos últimos 12 meses, mesmo em um ambiente macro difícil, mostrando que há fôlego para mais.
Por fim, vale a pena mencionar as soluções B2B, como cibersegurança, cloud, internet das coisas para outras empresas. A receita acumulada desses serviços nos últimos 12 meses cresceu mais de 30%, com cada vez mais empresas precisando se adaptar a essas tecnologias.
Inclusive, neste mês de agosto a Vivo foi contratada pela Sabesp por R$ 3,8 bilhões para realizar serviços de modernização — um contrato muito relevante, e que apenas reforça essa importante avenida de crescimento (e que ainda não parece precificada pelo mercado).
Depois de uma alta de 50% nos oito primeiros meses de 2025, eu sinceramente acho muito difícil ver VIVT3 repetir o mesmo feito nos próximos oito meses.
Por outro lado, em um contexto ainda muito difícil de juros elevados e muitas incertezas tarifárias e políticas, a ação da Vivo é uma das poucas que combinam valuation barato, dividendos elevados e uma tese pouco ou nada afetada por essas preocupações.
Tudo indica que a Vivo seguirá por um bom tempo na série Vacas Leiteiras, que conta com outras várias ótimas pagadoras de dividendos e com bom potencial de valorização.
Um abraço e até a próxima semana, Ruy!