Acabou a colher de chá. Na manhã desta sexta-feira (23), o presidente Donald Trump anunciou que está recomendando a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia, após impasse nas negociações com o bloco.
A medida deve entrar em vigor no dia 1º de junho, de acordo com uma publicação do presidente em sua conta na Truth Social. Com o anúncio, um mar vermelho se espalhou pelos mercados globais, dado os temores de que a guerra comercial volte a escalar.
A medida, segundo ele, é uma resposta às “poderosas” barreiras comerciais e práticas adotadas pelo bloco econômico europeu.
Mercados em queda generalizada com tarifas de Trump
Os principais índices acionários da Europa registram perdas expressivas na manhã desta sexta-feira (23), refletindo o aumento da aversão ao risco nos mercados globais. Por volta das 11h (horário de Brasília), o DAX, da Alemanha, cai 1,68%, aos 23.596 pontos, enquanto o CAC 40, da França, recua 2,20%, aos 7.693 pontos.
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O Stoxx 600 — que reúne as maiores companhias de capital aberto do continente — também opera no vermelho, com baixa de 1,22%, aos 543 pontos.
Os títulos da dívida dos governos do continente também estão sendo afetados. Os rendimentos desses títulos Os rendimentos e os preços dos títulos se movem em direções opostas; por isso, quando a demanda eleva os preços, os rendimentos caem.
O rendimento do bond alemão de 10 anos — considerado referência para a zona do euro — recuava 8 pontos-base, para 2,56%, às 13h29 no horário de Londres.
Os rendimentos dos títulos públicos de 10 anos da França e da Itália recuaram 5 pontos-base, enquanto os títulos suíços de mesmo prazo registraram queda de 12 pontos-base.
Nos Estados Unidos, um mar vermelho também domina Wall Street.
O Dow Jones tem perdas de 0,67%, aos 41.577 pontos, enquanto o S&P perde quase 0,82%, aos 5.796 pontos. Já o Nasdaq se desvaloriza 0,99%, aos 18.731 pontos.
Apple taxada?
Na manhã desta sexta-feira (23), o presidente dos Estados Unidos voltou a mirar em gigantes da tecnologia. Em uma publicação nas redes sociais, Donald Trump afirmou que a Apple poderá enfrentar uma tarifa de 25% — ou mais — sobre iPhones fabricados fora do território norte-americano.
A ameaça é vista como uma resposta direta ao movimento do CEO da empresa, Tim Cook, que tem transferido parte da produção da Apple para a Índia, que possui uma relação mais amigável com a Casa Branca do que a China, onde se concentra a maior parte da produção da companhia.
A reação do mercado foi imediata: as ações da Apple (AAPL), negociadas na Nasdaq, chegaram a despencar mais de 7% nas negociações do pré-mercado. Por volta das 11h, os papéis tê perdas de 2,16%, negociados a US$ 196,95.
Alguns analistas de Wall Street estimaram que transferir a produção do iPhone para os EUA aumentaria o preço do smartphone da Apple em pelo menos 25%.