Um imóvel presente no portfólio do fundo imobiliário (FII) Sequoia III Renda Imobiliária (SEQR11) parecia condenado a seguir vazio. Após ficar vago em março de 2024, a gestora Sequóia Properties vinha enfrentando dificuldades para dar match com um inquilino.
Mas parece que o jogo começou a virar para o SEQR11. Além de anunciar um novo contrato de locação para o ativo, o FII ainda está levando um inquilino de peso para a carteira de locatários.
Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de terça-feira (19), o fundo imobiliário celebrou um contrato de locação com a NotreDame Intermédica (GNDI), uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil.
Vale lembrar que, em 2021, a GNDI se uniu à Hapvida (HAPV3), criando um grupo de R$ 110,5 bilhões na época.
Ainda de acordo com o SEQR11, a NotreDame Intermédica passa a ser a locatária de 31% do galpão localizado na Penha (RJ), o que significa um espaço de 2.508 metros quadrados. Já a área bruta locável total do imóvel é de 8.166 metros quadrados.
Em documento, a Sequóia Properties afirmou que a locação para o grupo do segmento de saúde abre oportunidades para que o restante do ativo seja ocupado por empresas com atividades complementares ou que possam se beneficiar do grande fluxo de pessoas no local, uma vez que são esperados milhares de atendimentos por dia na unidade que será inaugurada.
Além disso, Fabio Idoeta, o CFO e diretor de Relações com Investidores da Sequóia, avalia que a locação do ativo tem potencial para valorizar o imóvel por "estar associado a um player líder no setor de saúde", disse o executivo ao Seu Dinheiro.
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O contrato no detalhe e o peso no bolso dos cotistas do SEQR11
O contrato firmado com a NotreDame possui prazo de 15 anos e vigência até agosto de 2040. A nova inquilina vai passar a pagar um aluguel mensal de R$ 83 mil, corrigido anualmente pelo IPCA, além de 16 meses de carência. A garantia será prestada por meio de aval.
Apesar da locação, os cotistas não vão ver o dinheiro pingar imediatamente na conta. A Sequóia Properties informou que a locação não altera o guidance vigente.
De acordo com a gestora do SEQR11, ao final do período de carência, a locação deve aumentar a distribuição de rendimentos em R$ 0,02 e R$ 0,03 por cota ao mês.
Além disso, com o novo acordo, o prazo médio ponderado dos aluguéis do fundo (WAULT) passa a ser de quatro anos, com 66% de vencimentos em 2028, 30% em 2029 e 3% em 2040.
Os investidores não parecem ter ficado satisfeitos com a notícia. Após o anúncio, SEQR11 abriu o dia em queda. Por volta das 13h, as cotas caíam 1,27%, negociadas a R$ 47,24.
Um ativo vazio
O galpão localizado na Penha foi construído sob medida para a operação da Atento, empresa global de serviços de atendimento ao cliente.
Porém, com a saída do inquilino e a dificuldade de ocupar o imóvel, a gestora passou a trabalhar com a possibilidade de alteração do segmento para o uso do ativo, com foco em companhias dos setores de educação e saúde.
Isso porque, segundo o último relatório gerencial, a região apresentava uma escassez de imóveis com estas características.
Além disso, abriu mão da locação completa do ativo para um único inquilino, aumentando as possibilidades para conseguir a redução da vacância do galpão.
Apesar de ter permanecido vago por muito tempo, a gestora ressalta que o ativo é o menor imóvel do SEQR11, representando cerca de 15% do portfólio.
*Matéria atualizada com pronunciamento do CFO da Sequóia.