O momento é de entrar em fundos de investimento imobiliário (FIIs) de tijolo, não de sair, afirma a sócia e diretora de Investimentos Imobiliários da Rio Bravo, Anita Scal.
Para a executiva, a partir do momento em que o mercado começa a enxergar uma inversão do ciclo de juros, as cotas dos fundos tendem a se valorizar e, além da renda, o investidor pode obter ganho de capital com a venda de suas cotas.
Em meio ao juro elevado, investidores têm migrado da renda variável para a renda fixa — mas esse movimento abre oportunidades no mercado imobiliário, avaliou Scal no Women Invest Summit, em São Paulo, na última quinta-feira (11).
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Além dos fundamentos dos ativos permanecerem positivos, a perspectiva de um ciclo de queda da taxa de juros no Brasil deve levar à valorização das cotas e gerar ganho de capital para o investidor.
“Existe recorrência da renda, com distribuição de rendimento mensal isento para pessoa física, de um ativo que está nas melhores regiões. Só que o valor do ativo na Bolsa ou na Cetip está desvalorizado frente ao valor patrimonial, há um desconto”, destacou Scal.
Volatilidade de FIIs frustra o investidor
Tatyana Wolff Katalan, real estate portfolio manager da Itaú Asset, afirma que muitos investidores compram fundos imobiliários apenas de olho nos dividendos, acreditando ser um ativo de renda fixa.
“A volatilidade frustra o investidor pessoa física”, diz, acrescentando ser importante que ele saiba exatamente o que está comprando.
No onde investir de setembro, Caio Araujo, analista da Empiricus e responsável pela carteira Top Picks, explica que, historicamente, os FIIs — especialmente os de tijolo — possuem volatilidade bem menor em comparação com o principal índice da B3.
A antecipação do corte de juros para dezembro deste ano é vista de forma muito positiva, sendo um dos pilares fundamentais para a tese de investimento em fundos imobiliários nos próximos anos, segundo o analista.
“O corte na Selic tende a ser muito positivo para os FIIs, principalmente os de tijolo, que são inversamente correlacionados com a taxa de juros. Em cenário de aperto na política monetária, a pressão sobre as cotas é maior”, diz Araujo.