Pode soltar fogos de artifício. Depois de fechar três sessões consecutivas em alta, o ouro bate recorde histórico e atinge o patamar de US$ 4 mil por onça-troy.
O preço do metal precioso para dezembro encerrou esta terça-feira (7) cotado a US$ 4.004,40 por onça-troy na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex). O valor representa um avanço de 0,71%.
Durante as sessões de negociação, o preço do ouro chegou a alcançar o recorde histórico intradiário de US$ 4.014,60 a onça-troy.
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O que motivou a escalada do ouro?
Os investidores costumam investir no ouro quando o cenário global político e econômico está instável, segundo o banco ING. Isso acontece porque o metal é um ativo de segurança.
O que levou os investidores ao ouro hoje foram a crise política na França, causada pela renúncia do primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, e a paralisação do governo nos EUA (shutdown), que chegou ao sétimo dia.
O Macquarie Group associa ainda a alta do ouro aos riscos do crescimento de investimentos em tecnologias de inteligência artificial (IA). "O metal precioso é a segurança coletiva contra a possível falha no boom tecnológico impulsionado por IA", afirma. O setor de tecnologia tem sido o grande motor da alta do mercado de ações norte-americano.
Além disso, há um crescente desconforto com os ativos norte-americanos e alguns temem ter uma grande parte do patrimônio ligado à ativos dolarizados, avalia a FolioBeyond's.
Outros fatores que vêm motivando a escalada dos preços do ouro neste ano são a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos (o que resulta em queda do dólar e perda da atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano, ambos rivais do ouro como reservas de valor) e o movimento de compra do metal precioso pelos bancos centrais, como forma de reserva alternativa à moeda americana.
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O ouro alcançou seu máximo?
O metal corre o risco de ter uma queda acentuada, segundo a TD Securities. O aumento de volatilidade ou "qualquer fator que ponha em risco o ritmo do afrouxamento monetário do Federal Reserve (Fed)" pode acabar com o avanço do ouro, segundo a consultoria.
Não há perspectivas de que a paralisação nos EUA acabe tão cedo. Nesse cenário, poucos dados econômicos oficiais dos EUA estão sendo divulgados. As expectativas para as decisões do Federal Reserve (Fed) estão sendo definidas a partir de comentários de dirigentes do Fed.
Nesta terça, Stephen Miran defendeu um relaxamento monetário, enquanto Jeffrey Schmid (Kansas) e Raphael Bostic (Atlanta) tiveram discurso mais moderado.
Mesmo assim, a TD continua otimista e aposta que o rali vai continuar. A consultoria estima ainda que o valor do ouro deve chegar à marca de US$ 4.400 nos primeiros seis meses de 2026.
A plataforma de negociação financeira Phillip Nova afirma que são necessários novos fatores para sustentar o rali.
*Com informações do Estadão Conteúdo.