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“Não compro o Trade Tarcísio”: Luis Stuhlberger espera disputa acirrada em 2026 e conta onde está investindo

Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde

Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde

As eleições presidenciais de 2026 já estão no radar dos investidores e, para Luís Stuhlberger, CEO e gestor da Verde Asset, a disputa será uma das mais complexas das últimas décadas. Mais do que isso: o chamado “Trade Tarcísio” — aposta em um rali de mercado com a confirmação da candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) — não passa de uma ilusão. 

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“Não acredito que isso vai acontecer. Definir-se como candidato não vai mudar muito, vejo uma eleição competitiva até o final. A definição do candidato não indica que ele é o vencedor do pleito”, disse Stuhlberger em painel do evento Itaú BBA Macro Vision, nesta segunda-feira (29).  

Na avaliação do gestor, o mercado já começou a colocar nos preços a disputa de 2026 e, daqui para frente, só tende a ampliar posições ligadas ao tema.  

O paralelo histórico, na visão de Stuhlberger, remete a 2002, quando a eleição de Lula já estava no preço meses antes do pleito. Mas, desta vez, a incerteza deve se prolongar até o dia da votação. 

“Eu acredito que, no ano que vem, teremos uma das eleições de cauda mais forte que a gente já viu. Em 2022, no dia da eleição, o Lula já tinha ganho e isso estava precificado. Agora, vejo um cenário em que, até muito perto da data, as chances serão 50/50”, afirmou. 

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Volatilidade eleitoral   

Considerando o cenário binário de candidatos, Stuhlberger comparou o risco das eleições de 2026 à disputa de 2014, entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, marcada por forte volatilidade nos mercados.  

Para ele, a eleição do próximo ano será igualmente binária, com forte oscilação de preços conforme os cenários se desenharem. 

O gestor destacou, ainda, que os preços de derivativos hoje sugerem que “a continuidade de um governo Lula 4 não seria pior que um Lula 3”, mas ele próprio vê um risco maior do que o mercado está precificando. 

“Todo mundo espera toada de aumento de gastos, um discurso preparado sobre responsabilidade fiscal. Eu olharia um cenário de cauda de continuidade pior do que o mercado precifica hoje”, afirmou.  

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Onde investir, segundo Stuhlberger 

Em meio a essa incerteza, o CEO da Verde Asset evita grandes apostas concentradas. Em vez disso, distribui posições de forma diversificada, com um cardápio que vai de ouro e bitcoin a ativos Brasil. 

“Não tenho uma aposta certa, mas várias medianas. As principais posições são anti-dólar, comprado em ouro e Bitcoin. Tem também posição em moedas: euro e yuan”, explicou. 

Além disso, o fundo multimercado mantém exposição ao mercado brasileiro. Uma das posições de destaque é no ETF EWZ — que replica as ações brasileiras em Nova York — com vencimento seis meses antes da eleição.  

Há também alocações em ações locais e estratégias de hedge (proteção) para suavizar possíveis perdas diante da volatilidade das eleições à frente. 

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“De modo geral, estamos diversificados em Brasil, montando posições de hedge. Tem um pouco de tudo, não tem uma mega-posição em nenhuma tese”, afirmou. 

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