Site icon Seu Dinheiro

Fundo Verde, um dos mais rentáveis do Brasil, aceita novos investidores depois de quase dois anos fechado – mas Stuhlberger segue pessimista e vendido na bolsa 

Luis Stuhlberger, sócio-fundador do Verde Asset Management

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset Management.

A Verde Asset decidiu reabrir o lendário fundo comandado pelo gestor Luis Stuhlberger para captação de novos recursos pela primeira vez após quase dois anos, apurou o portal Money Times.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A reabertura vem em um cenário complicado para os fundos multimercados, que amargaram resgates de R$ 22,5 bilhões só em janeiro, e após um processo de reestruturação na gestora.

Em 2024, o Verde conseguiu superar o CDI, com um retorno de 12,10%. Desde o início em 1997, o Verde acumula rentabilidade de 27.874,12%.

Parte dos ganhos ocorreu na reta final do ano passado, com posições vendidas na bolsa brasileira e na expectativa de deterioração da percepção de risco fiscal, que acabou se confirmando.

No último mês, mesmo com a relativa melhora dos mercados, o Verde também conseguiu bater o benchmark, com ganhos de 1,64%, contra 1,01% do CDI.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a última carta do gestor, divulgada nesta semana, o fundo teve ganhos em posições de inflação americana, em posições na curva de juros brasileira, e nos livros de trading.

Alta do Ibovespa é temporária?

Apesar da alta do Ibovespa em janeiro, que disparou 4,86%, o fundo manteve a posição vendida em bolsa.

Segundo a Verde, a valorização é uma recuperação pura e simplesmente técnica: o mercado fechou o ano passado com posicionamento bastante pessimista no câmbio e nos juros, ao mesmo tempo que o Banco Central vendeu uma quantidade substancial de dólares.

“Sem notícias incrementalmente negativas, vimos até aqui uma descompressão deste posicionamento, que permitiu que os preços melhorassem.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para os próximos meses, a gestora espera que, conforme a agenda de aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda volte à tona, o mercado deva retomar o olhar para a frágil situação fiscal do país, e demande prêmios de risco maiores.

No começo do mês, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo vai trabalhar para aprovar este ano a reforma do IR e a isenção para os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês, com o intuito de que as medidas entrem em vigor no ano que vem.

Entre o ruído e o sinal

Sobre o recém-empossado governo Trump, a Verde diz que os mercados buscam recalibrar suas estimativas sobre como os governos decidem, a quais estímulos reagem, e quais são os limites – reais ou imaginários – que seu raio de ação tem.

“No caso do novo governo americano, um dos grandes desafios – já experimentados no seu mandato anterior – é a separação entre o que é ruído e o que é sinal. Este é um processo iterativo que ainda deve levar alguns meses”, diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por ora, Stuhlberger e sua equipe têm visto um governo com baixa tolerância a uma piora relevante dos mercados acionários.

“E com uma alta velocidade de reversão de decisões, como no caso recente das tarifas impostas ao México e ao Canadá. Segue surpreendendo até aqui a baixa intensidade de medidas tarifárias contra a China. Por conta dessa incerteza, as posições de moedas do fundo foram zeradas”, afirma.

* Com informações do Money Times.

Exit mobile version