Após a fraude financeira da Americanas (AMER3), andar pelas lojas da varejista e se deparar com prateleiras vazias não é um cenário incomum. Hoje, o peso da crise ainda se reflete nos balanços da companhia, mas também são sentidos por um segmento que tem tudo a ver com as estantes desocupadas: o setor imobiliário.
Enquanto a Americanas tenta se reerguer, o fundo imobiliário (FII) Max Retail (MAXR11) decidiu conceder descontos temporários nos aluguéis dos imóveis ocupados pela varejista.
Segundo documento divulgado nesta segunda-feira (11), este é o sexto aditamento aos contratos de locação com a companhia. A operação é referente aos ativos localizados em Vitória (ES), Belém (PA) e Maceió (AL).
O MAXR11 informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos, devido às dificuldades financeiras apresentadas pela locatária, que enfrenta recuperação judicial desde o início de 2023.
Porém, os cotistas parecem não ter aprovado a decisão. Após o anúncio, as cotas do Max Retail operam em queda. Por volta das 13h (horário de Brasília), o MAXR11 caía 3,53%, negociado a R$ 61,73.
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Descontos para a Americanas na conta do FII
A redução nos aluguéis da Americanas será válida por 12 meses, com início em julho de 2025 e término em junho de 2026. Os valores variam conforme o imóvel:
- Vitória: 58% de desconto
- Belém: 52% de desconto
- Maceió: 41% de desconto
O impacto financeiro da medida corresponde a uma redução mensal na receita do FII de cerca de R$ 132 mil, equivalente a um efeito negativo estimado de R$ 0,12 por cota no período.
Ainda de acordo com o fato relevante, os contratos permanecem vigentes até janeiro de 2029 e preveem a devolução integral dos descontos caso a Americanas decida rescindir a locação nos próximos 12 meses.
“A administradora reitera que a decisão está alinhada à estratégia de preservação de valor para os cotistas no longo prazo, mitigando o risco de vacância dos ativos e colaborando para a manutenção de uma relação contratual duradoura”, diz o fundo em comunicado.
Atualmente, 26% do portfólio do MAXR11 está vago, segundo dados do último relatório gerencial do FII, referente à maio deste ano.