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É hora de vender Magazine Luiza? Ações MGLU3 caem no Ibovespa em meio a rebaixamento pelo JP Morgan

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Enquanto a volatilidade continua a marcar forte presença no setor de varejo brasileiro e a pressão avassaladora dos juros elevados sobre os negócios de consumo se mantém, a recomendação do JP Morgan é clara: mantenha distância das ações do Magazine Luiza (MGLU3).

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O banco norte-americano revisou para baixo a indicação para o Magalu, de neutro para “underweight”, equivalente à venda.

Os analistas cortaram o preço-alvo de R$ 11,50 para R$ 7,50 por ação para dezembro de 2025, o que representa uma desvalorização potencial de cerca de 4% em relação ao último fechamento.

“Vemos uma empresa altamente alavancada com significativo risco de queda no lucro por ação em meio a um ambiente desafiador para o consumo discricionário, intensificado pela concorrência acirrada de players puramente de e-commerce”, avaliaram os analistas.

As ações do Magalu operam no vermelho na sessão desta quinta-feira (6). No início da tarde, os papéis caíam 4,12%, cotados a R$ 6,98. Em um ano, MGLU3 amarga perdas da ordem de 67% na B3.

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JP Morgan recomenda distância de Magalu e outras duas ações

Se fosse para resumir em um “guia de bolso” as análises do JP Morgan para o setor de varejo, uma das principais recomendações seria manter distância de nomes que operam altamente endividados.

Entre os papéis citados, estão Assaí (ASAI3), que conta com recomendação neutra, e Magazine Luiza (MGLU3) e Pão de Açúcar (PCAR3), ambas com indicação equivalente à venda. 

Para os analistas, não há muito a fazer no varejo de alimentos, já que não há sinais materiais de melhorias nos fundamentos de curto prazo. 

Além disso, na avaliação do JP Morgan, o Magazine Luiza conta com riscos significativos de queda de lucratividade decorrentes de sua alta alavancagem, taxas de juros mais altas no país e demanda limitada por itens discricionários de alto valor. 

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É por isso que o banco acredita que as ações do Magalu (GLU3) hoje negociam com prêmio em relação a outros pares de varejo, a um múltiplo de 46 vezes a relação preço/lucro estimada para 2025.

No entanto, o JP Morgan destaca um alto interesse do mercado em posições vendidas em MGLU3, o que sinaliza um risco aumentado para o movimento de short squeeze — quando investidores com posições vendidas (short) desfazem suas apostas na queda do papel e recompram a ação para cobrir a posição, consequentemente elevando os preços. 

Se não no Magazine Luiza (MGLU3)... onde?

Mas se não investir no Magazine Luiza (MGLU3), onde colocar dinheiro no varejo, então?

O JP Morgan divide as varejistas em dois cestos principais: 

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  1. Teses de longo prazo, que podem não ter os principais desempenhos de ações de curto prazo devido a valuations mais premium e catalisadores limitados; e 
  2. Casos depreciados com valuations deprimidos, ampliados por preocupações de execução, mas com balanços sólidos e crescimento decente. 

Nesse sentido, o primeiro grupo de ações abarca nomes como RD Saúde (RADL3) e Smart Fit (SMFT3), dois grandes consolidadores da indústria que possuem sólidos balanços, execução superior aos pares e sólidos impulsionadores de longo prazo. 

“Embora seja improvável que sejam as ações com o maior momento de curto prazo, acreditamos que nomes de qualidade — com sólida execução e resiliência de balanço que suportam boa visibilidade de médio e longo prazo — provavelmente permanecerão como participações centrais para os investidores mesmo no contexto de que esses carregam uma avaliação premium para a indústria”, afirmaram os analistas. 

Já na segunda categoria, estão as companhias Natura&Co (NTCO3), Lojas Renner (LREN3), Vivara (VIVA3) e Azzas 2154 (AZZA3). Para os analistas, o mercado agora precifica um cenário pessimista, mas a perspectiva de curto prazo provavelmente é melhor do que o previsto. 

Os analistas apostam que a Natura será, outra vez, uma das varejistas que mais se destacará em 2025, com resultados sólidos de curto prazo e avanços nas melhorias operacionais da empresa, com simplificação de negócios e a separação da Avon.

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Quanto à Lojas Renner, o banco acredita que a varejista entrou em 2025 com o pé direito, com resultados positivos no curto prazo que devem ajudar a reduzir os ruídos em torno das ações.

“Embora persistam dúvidas sobre o ritmo de crescimento de médio e longo prazo da empresa, acreditamos que o movimento de venda das ações após a frustração com o 4º trimestre de 2024 foi exagerado”, avaliou. 

“Se o momento positivo continuar a se construir, as expectativas de crescimento de médio prazo podem potencialmente aumentar, levando a Lojas Renner a ser novamente um caso de crescimento de médio e longo prazo no varejo brasileiro.”

Quanto à Vivara e à Azzas 2154, os analistas avaliam que os ruídos de governança devem desaparecer conforme novos resultados decentes se materializarem gradualmente.

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