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Bradesco (BBDC4) volta a surpreender positivamente no 2T25, mas nem isso faz BBDC4 deslanchar na bolsa. Por que isso acontece?

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Embora o Bradesco (BBDC4) tenha batido as expectativas de lucro e rentabilidade no segundo trimestre de 2025, as ações não refletem totalmente essa performance positiva na bolsa brasileira nesta quinta-feira (31). Pelo contrário, os papéis chegaram inclusive a oscilar no campo negativo pela manhã.

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Com fôlego limitado, os papéis subiam 0,51% por volta das 11h40, negociados a R$ 15,74. Desde o início do ano, o banco já acumula valorização superior a 43% na B3.

A avaliação dos analistas em relação ao balanço foi, de modo geral, positiva, embora tenha havido pressões em algumas linhas de resultado. 

No entanto, especialistas do mercado apontam que, após o forte desempenho no primeiro trimestre, já se esperava uma reação mais comedida para o resultado do Bradesco no 2T25 — especialmente quando o balanço foi positivo, mas não espetacular, segundo analistas.

Confira as principais linhas do balanço do Bradesco (BBDC4) no 2T25:

IndicadorResultado 2T25ProjeçõesVariação (a/a)Evolução (t/t)
Lucro líquidoR$ 3,659 bilhõesR$ 3,819 bilhões+9,8%-5,2%
ROAE16,4%16,3%+0,8 p.p.-1,1 p.p.
Margem financeiraR$ 15,396 bilhões +4,4% -3,3%
Carteira de crédito ampliadaR$ 675,5 bilhões+1,5%-1%
Fonte: Balanço enviado à CVM, consenso Bloomberg e média de projeções compiladas pelo Seu Dinheiro.

De onde vem a boa leitura do mercado sobre o balanço do Bradesco 

Para o BTG Pactual, o Bradesco apresentou um desempenho razoável no segundo trimestre de 2025, com a grande surpresa vinda da expansão da receita, que superou as expectativas. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento nos empréstimos, na margem financeira líquida, nas tarifas e em seguros.

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“Esses resultados devem criar um efeito de ‘carry over’ positivo para a continuidade da melhoria nos resultados no segundo semestre de 2025 e no ano de 2026”, afirmaram os analistas. 

Além disso, o trimestre robusto nas operações de seguros do Bradesco, que terminou com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) de 21,4%, também foi um ponto destacado pelo banco.

No entanto, o BTG também observou que o Bradesco ainda enfrenta incertezas quanto ao futuro. Embora os resultados superem as expectativas, a transformação digital do banco está atrasada se comparada ao principal concorrente, o Itaú (ITUB4). 

Além disso, ainda paira a dúvida sobre quanto ROE adicional pode ser realmente gerado por programas de crédito subsidiados pelo governo, como FGI e outros, que têm sido um foco importante do Bradesco nos últimos tempos.

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“Por outro lado, e sob a perspectiva de negociação, o momentum de curto prazo permanece positivo”, afirmaram os analistas, mantendo recomendação neutra para as ações BBDC4, com preço-alvo de R$ 16 para os próximos 12 meses. Trata-se de um potencial de valorização de 2% frente ao fechamento anterior.

“Caso o cenário macroeconômico não piore drasticamente, as ações podem continuar a se destacar, especialmente em comparação com o Santander (SANB11) e o Banco do Brasil (BBAS3), cujas perspectivas são menos favoráveis.”

Já o JP Morgan adotou uma postura mais neutra em relação ao balanço do Bradesco, destacando a recuperação gradual da rentabilidade, com bons resultados em tarifas e margem financeira. 

“Foi um trimestre bom, em nossa visão, e vemos o Bradesco sendo negociado a cerca de 6,1 vezes o lucro estimado para 2026 (P/L) ou 1 vez o valor contábil (P/V) para 2025”, comentaram os analistas.

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Um ponto negativo do resultado do 2T25 — e os ventos contrários daqui para frente

Para o Itaú BBA, o Bradesco reportou mais uma rodada de resultados sólidos. “Enquanto os números principais vieram em linha com as expectativas, a composição foi robusta, e as projeções para 2025 foram revisadas para cima”, disseram os analistas.

No entanto, as despesas operacionais (SG&A) foram o único ponto negativo do trimestre, segundo os analistas. Esse indicador apresentou aumento de 6% no comparativo trimestral e de 10% na base anual, devido a pressões nas áreas administrativas e em outros segmentos.

Mesmo assim, o Itaú BBA avalia que a história de recuperação do Bradesco segue no caminho certo e que o forte ritmo da margem financeira líquida cria um momentum positivo para o segundo semestre e para 2026. 

Os analistas seguiram com recomendação de compra (outperform) para as ações BBDC4.

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Enquanto isso, o BB Investimentos (BB-BI) afirmou que, após um “1T25 estelar”, o balanço do segundo trimestre mostrou um desempenho mais modesto, mas ainda sólido, indicando um passo positivo rumo à recuperação da rentabilidade. 

“O salto quantitativo do Bradesco no 1T25 marcou uma virada contundente para o banco, em nossa visão, algo que o resultado do 2T25 não foi exatamente capaz de sustentar na magnitude, embora o avanço tenha sido longe de decepcionante”, acrescentaram os analistas. 

No entanto, o BB-BI ressaltou que a retomada da rentabilidade poderá ser mais visível nos próximos trimestres, à medida que o mix de crédito se torne mais favorável, as despesas continuem controladas e a reestruturação do Bradesco mostre efeitos. 

Mas os analistas também alertaram para os ventos desfavoráveis, especialmente no curto prazo, com a seletividade sendo a tônica setorial e a escalada do custo de crédito relacionada à exposição a linhas mais massificadas, o que pode gerar desconforto futuro.

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Mesmo assim, o BB Investimentos manteve recomendação de compra para o Bradesco e elevou o preço-alvo para as ações, de R$ 16,50 para R$ 17,80 para o final de 2026, o que implica agora em uma valorização de 13,6% em relação ao último fechamento.

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