O otimismo dos gestores brasileiros venceu, de acordo com o BTG Pactual. O levantamento do banco aponta que 66% deles se declararam bullish em relação ao Ibovespa, contra 44% em agosto.
O sentimento do buy-side local, quando há busca para adquirir ou investir em ativos financeiros, melhorou consideravelmente no nono mês do ano, impulsionado por expectativas de corte de juros e por um cenário externo mais favorável.
A leitura predominante é de que os picos das taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil já ficaram para trás e há a percepção de que novos ciclos de cortes devem começar — em setembro nos EUA e no Brasil a partir do início de 2026.
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Cenário global inverteu
No debate global, o foco mudou. Em agosto, 69% dos gestores apontavam as tarifas de Donald Trump como tema dominante, enquanto apenas 23% destacavam os juros americanos.
Agora, apenas 4% ainda citam tarifas como preocupação central, ao passo que 86% enxergam os próximos passos do Federal Reserve como o fator mais crucial.
Historicamente, cortes de juros pelo Fed tendem a estimular fluxos de capital para mercados emergentes, como o Brasil, impulsionando o Ibovespa.
“Nossa percepção é de que os investidores locais não podem se dar ao luxo de perder uma possível alta pela frente (seja motivada por cortes de juros ou fatores políticos) e, por isso, permanecem fortemente alocados no momento, com apenas 12% considerando reduzir posições após o rali”, afirma o BTG.
Novo recorde do Ibovespa é esperado
Refletindo esse otimismo, 59% dos entrevistados pelo BTG projetam o Ibovespa entre 140 mil e 150 mil pontos até o fim de 2025, enquanto 23% acreditam que o índice pode superar os 150 mil pontos.
Para o câmbio, 74% projetam o dólar entre R$ 5,30 e R$ 5,50 no encerramento do ano.
Ainda assim, há cautela, principalmente em relação às eleições de 2026. 60% dos gestores citam o ciclo político como principal preocupação, ante 18% que colocam o tema fiscal no topo da lista.
Quando questionados sobre a probabilidade de mudança de governo em 2026 que já estaria embutida nos preços de mercado, 63% dos entrevistados responderam que o Ibovespa precifica apenas entre 25% e 50% de chance.
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Essa postura, também se reflete no posicionamento setorial: gestores seguem priorizando setores defensivos. Utilities permanecem como o favorito, com 36% das menções, seguidas por bancos e real estate, ambos com 18%.
Entre as ações preferidas, destacam-se Equatorial (EQTL3), citada por 25% dos entrevistados, Sabesp (SBSP3), com 19%, e Itaú (ITUB4), com 13%.