De onde o governo vai tirar o espaço de R$ 15 bilhões do Orçamento? Veja alas mais afetadas pela ‘tesourada’ dos cortes
Entre as áreas mais afetadas, estão o Ministério da Saúde, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as emendas parlamentares
Os próximos sete dias serão de discussões intensas na Esplanada dos Ministérios. Isso porque esse será o período em que as pastas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terão para indicar quais ações irão congelar a fim de cumprir a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024.
O governo Lula vai divulgar nas próximas horas o decreto que define o quanto de cada ministério precisará ser retido para cumprimento do arcabouço e da meta fiscal de 2024. O ato, contudo, só vai apresentar a divisão do bloqueio e do contingenciamento por órgão. Eles terão até 6 de agosto para indicar quais ações e programas serão afetados.
Entre as áreas mais afetadas, estão o Ministério da Saúde, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as emendas parlamentares. Com isso, o governo deve tentar atingir a meta de déficit zero neste ano.
Vale lembrar que os ministérios terão liberdade para indicar de onde retirarão recursos para este ano. No entanto, a ala política do governo que cuida das ações do PAC, bandeira da gestão Lula, se prepara para tentar se proteger dos cortes mais abruptos.
Uma das permissões do governo é congelar as despesas ainda não contratadas pelo PAC, mas o espaço para congelar esse tipo de recursos dentro do PAC é relativamente pequeno.
- Baixe AGORA o nosso guia especial "Onde Investir no 2º semestre" e descubra onde estão as melhores oportunidades para o resto do ano
Pente fino nas contas do Orçamento
Dados levantados pelo Estadão/Broadcast no Painel do Orçamento Federal do Ministério do Planejamento na última terça-feira (30) mostram que, dos R$ 54,2 bilhões de dotação atual para o programa no ano, R$ 36,8 bilhões foram empenhados — o que corresponde a 68% do montante previsto.
Leia Também
Os ministérios com a principal fatia de recursos do PAC — Transportes e Cidades — já comprometeram a maior parte dos recursos previstos em 2024.
A ala responsável pelo PAC trabalha para que a restrição da contenção orçamentária às despesas ainda não empenhadas pelas pastas não penalize demais o programa.
O entendimento é de que o corte geral não pode recair exclusivamente sobre o orçamento de obras não iniciadas, provocando um apagão forçado de novas contratações.
Em razão desse quadro de indefinição, qualquer estimativa de quanto do programa de obras será congelado é apontada como "chute" nos bastidores. As apostas, no entanto, já estão circulando.
Há quem defenda que, dos R$ 15 bilhões, até um máximo de R$ 4,5 bilhões incida em ações do PAC.
Orientação para os cortes nas despesas
Para isso, uma das ideias gestadas no Planalto é promover uma orientação para as pastas, impondo um limite do que pode ser afetado no PAC dentro da cifra que será congelada por cada ministério.
A partir dessa divisão, os ministros fariam suas indicações sobre quais ações serão impactadas, evitando que um órgão sugira penalizar integralmente o programa de obras na sua fatia do congelamento.
Diante desse quadro, a previsão é de que os próximos dias na Esplanada sejam de tratativas intensas entre os ministérios, a equipe econômica e a Casa Civil, que centraliza os comandos do PAC.
O orçamento na ponta do lápis
Dos R$ 14,4 bilhões que o Ministério dos Transportes tem dentro do programa de aceleração, somente R$ 2,5 bilhões ainda não foram empenhados neste ano. Portanto, 82,49% já estão comprometidos.
No caso das Cidades, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV), sobram R$ 3,9 bilhões de R$ 15 bilhões programados para o PAC em 2024. Já a Saúde, que tem a terceira maior parcela dos R$ 54,2 bilhões do PAC, empenhou menos, R$ 2,8 bilhões de R$ 7,8 bilhões separados para a política de investimentos.
A Defesa, que chegou a pedir ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para preservar seu orçamento, por outro lado, empenhou 90% (R$ 5 bilhões) de sua fatia no PAC. As outras pastas que têm parcelas na casa dos bilhões — Educação, Ciência, Integração e Portos e Aeroportos — comprometeram 54%, 10%, 80% e 83%, respectivamente.
Como mostrou o Estadão, os ministérios do governo Lula empenharam R$ 8,8 bilhões em despesas não obrigatórias na última semana antes do congelamento.
Entre o dia 18 de julho e a última sexta-feira, 26, os ministérios aumentaram o ritmo de gastos de ações que ficam sob controle dos órgãos federais. A corrida incluiu um empenho recorde de R$ 3,4 bilhões em gastos no dia 19 - um dia depois do anúncio de Haddad, valor recorde para um único dia no ano.
Qual a diferença entre bloqueio e contingenciamento?
No contingenciamento, o governo congela despesas quando há frustração de receitas, a fim de cumprir a meta fiscal (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida). Para este ano e para 2025, a meta é de zerar o déficit das contas públicas.
Como a meta tem uma banda (intervalo de tolerância) de 0,25 ponto porcentual do PIB para cima e para baixo, o governo cumpre a meta desde que não extrapole o piso da banda - ou seja, um déficit de R$ 28,8 bilhões.
Já o bloqueio é realizado para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal - de 2,5% ao ano acima da inflação. Assim, quando há aumento de gastos obrigatórios (como aposentarias, por exemplo), o governo bloqueia despesas não obrigatórias (como custeio e investimentos) para compensar.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Stuhlberger pessimista com a bolsa. Por que o fundo Verde reduziu exposição a ações brasileiras ao menor nível desde 2016 depois da pernada do Ibovespa em agosto
Para a gestora do lendário fundo, a situação fiscal do Brasil encontra-se na “era da política pública feita fora do Orçamento”
‘Nossa soberania não está à venda’, diz Lula em pronunciamento com recado a Elon Musk
Presidente criticou, indiretamente, o bilionário sul africano durante pronunciamento em rede nacional
Silvio Almeida é demitido do Ministério dos Direitos Humanos após denúncias de assédio sexual
Denúncias de assédio sexual por parte do ministro vieram a público na quinta-feira (5); presidente Lula afirmou que “quem pratica assédio não vai ficar no governo”
Lula revela quando cumprirá promessa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
Vale destacar que a correção da tabela do IR ficou de fora do Orçamento de 2025 apresentado pelo governo nesta semana
Eleições primeiro, Banco Central depois: indicação de Galípolo será votada no Senado em 8 de outubro, anuncia Pacheco
Gabriel Galípolo foi indicado pelo presidente Lula para assumir o comando do Banco Central
Como uma visita de Putin à Mongólia pode se transformar em um problema para o Brasil no G-20
Pelo tratado do TPI, a Mongólia deveria ter cumprido um mandado de prisão expedido contra Putin por causa da guerra na Ucrânia
Não deve ser hoje: Ibovespa aguarda PIB em dia de aversão ao risco lá fora e obstáculos para buscar novos recordes
Bolsas internacionais amanhecem no vermelho com temores com o crescimento da China, o que também afeta o minério de ferro e o petróleo
Governo deixa correção da tabela do Imposto de Renda de fora do Orçamento de 2025
Alíquotas de tributação não são atualizadas desde 2015; enquanto isso, Lula mantém a promessa de isenção do IRPF para quem ganha até R$ 5 mil
Depois de fechar proposta de orçamento para 2025, Simone Tebet revela quando governo fará o ‘verdadeiro’ corte de gastos
Simone Tebet também assegurou que cortes serão suficientes para fechar as contas em 2025 e que o arcabouço fiscal “veio para ficar”
Previsão de déficit zero, corte no Bolsa Família e salário mínimo de R$ 1.509: o plano do governo para o Orçamento de 2025
Projeto de lei com os detalhes do Orçamento de 2025 foi enviado por Lula ao Congresso Nacional na noite de sexta-feira
Campos Neto e o ‘vilão’ da inflação, ‘Ozempic’ mais barato e o que acontece se os juros subirem a 12%; confira as notícias mais lidas do Seu Dinheiro
Notícias sobre Campos Neto, o Banco Central e o rumo dos juros no Brasil figuraram entre as mais lidas pelo público do Seu Dinheiro na última semana
Vem mais intervenção aí? Dólar dispara pelo quinto dia seguido, Banco Central entra com leilões e Campos Neto diz o que pode acontecer agora
Além de fatores técnicos e da valorização da moeda norte-americana no exterior, um conjunto de questões locais colabora com a escalada da divisa em relação ao real
Em dia de caos na bolsa, Ibovespa consegue sustentar os 136 mil pontos e garante ganhos na semana; dólar sobe a R$ 5,6350
A queda do principal índice da bolsa brasileira acontece mesmo após dado crucial de inflação nos Estados Unidos vir em linha com as expectativas dos economistas; os percalços do mercado brasileiro são locais
Lula toma posição na briga entre Moraes e Musk pelo antigo Twitter, que ainda não terminou
Em entrevista a rádio da Paraíba, o presidente afirmou que Musk deve respeitar o STF; rede social permanece no ar na manhã desta sexta
Sem medo de soar repetitivo: Ibovespa mira novos recordes após indicação de Galípolo enquanto investidores esperam PIB dos EUA
Além da revisão do PIB dos EUA no segundo trimestre, os investidores aguardam os dados de novos pedidos de seguro-desemprego
Prazo de Haddad e Campos Neto para sucessão no BC está chegando — mas mercado ainda aguarda decisão de Lula
Para o ministro da Fazenda, considerando o prazo ideal para garantir uma transição suave no BC, o nome do sucessor deveria sair entre o fim de agosto e o início de setembro
Foi por pouco: Ibovespa mira em Campos Neto, revisão de gastos e Caged na busca por novos recordes
Mercados financeiros internacionais amanhecem em compasso de espera pelo balanço da Nvidia, que será divulgado apenas depois do fechamento
Lula ficou com inveja da Sabesp (SBSP3)? O que o petista falou agora sobre a privatização de empresas públicas
O presidente visitou a Telebras nesta terça-feira (27) e comentou sobre a desestatização de companhias que atuam em setores estratégicos para o País
Favorito a suceder Campos Neto no BC, Galípolo responde sobre possível interferência política de Lula no Copom
Atual diretor de política monetária do BC, Galípolo enfatizou que jamais sofreu pressão de Lula para tomar uma atitude em determinada direção
O que Lula vai exigir de quem suceder Campos Neto à frente do BC
Em entrevista, Lula assinalou as características que influenciarão sua decisão sobre o sucessor de Roberto Campos Neto