O Hamas propôs um cessar-fogo em Gaza de quatro meses e meio, durante o qual todos os reféns seriam libertados, Israel retiraria as tropas do enclave e seria alcançado um acordo sobre o fim da guerra. Mas Israel rejeitou a proposta — e não foi à toa.
A oferta do Hamas é uma resposta a uma proposta anterior elaborada pelos chefes de espionagem dos EUA e de Israel e entregue ao grupo na semana passada por mediadores do Catar e do Egito.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, chegou a discutir a oferta com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após conversações com os líderes do Catar e do Egito — os países que atuaram como mediadores. Nem assim conseguiu convencer os israelenses.
Por que Israel diz não
Israel iniciou a ofensiva militar depois que um ataque do Hamas matou 1.200 pessoas e do grupo militante ter feito mais de 200 reféns, em 7 de outubro.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que pelo menos 27.585 palestinos foram mortos, e teme-se que outros milhares estejam enterrados sob os escombros. Houve uma trégua até agora, que durou apenas uma semana no final de novembro.
Desde então, Israel vem rejeitando a possibilidade de retirar as tropas de Gaza ou acabar com a guerra antes de o Hamas ser exterminado.
Dessa vez, Netanyahu foi além e disse que não aceitaria a proposta de uma trégua maior porque a vitória total de Israel em Gaza estava ao alcance.
“O dia seguinte é o dia seguinte ao Hamas. Todo o Hamas”, disse Netanyahu, insistindo que a vitória total contra o Hamas era a única solução para a guerra em Gaza.
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Hamas tem outra proposta para Israel
Apesar da negativa, fontes afirmaram que o Hamas está adotando uma nova abordagem à exigência de acabar com a guerra.
O grupo defende agora que o fim do conflito é uma questão a ser resolvida em conversações futuras, em vez de uma condição para a trégua.
Uma fonte próxima das negociações disse que a contraproposta do Hamas não exigia uma garantia de um cessar-fogo permanente desde o início, mas que o fim da guerra teria de ser acordado antes que os reféns finais fossem libertados.
*Com informações da CNBC