Quando o assunto é política, as palavras de candidatos em relação ao próprio futuro nem sempre se confirmam verdadeiras. No que depender dos mais recentes comentários de Donald Trump, porém, ele não vai mais concorrer à Casa Branca se perder para Kamala Harris em novembro.
Aos 78 anos, o ex-presidente norte-americano disse que não pretende disputar novamente o cargo em 2028 se não vencer as eleições deste ano.
Trump foi o candidato do Partido Republicano nas últimas três eleições presidenciais, o que levou a mudanças consideráveis no perfil da agremiação na última década.
O comentário de Trump foi feito durante entrevista ao Sinclair Media Group.
Questionado sobre se pretendia concorrer novamente no caso de derrota para a vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris, ele respondeu: "Não, não. Acho que... é isso. Não vejo isso de maneira nenhuma."
A admissão da possibilidade de derrota é algo raro na trajetória política de Trump. Segundo ele, a expectativa é de vitória em novembro.
A lei norte-americana proíbe presidentes de cumprirem mais de dois mandatos, consecutivos ou alternados.
Isso significa que, mesmo se vencer, Trump não concorrerá também. Isso porque ele foi presidente entre 2017 e 2020.
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Campanha de Kamala ganha força
O problema para Trump é que a campanha democrata vem ganhando vigor desde que Joe Biden desistiu da candidatura em favor de Kamala Harris.
Pesquisa nacional divulgada pela CBS no domingo mostra Kamala com 52% das intenções de voto. Trump tem 48%.
Em Estados-chave, com potencial de decidir as eleições, Kamala também já aparece numericamente à frente, embora dentro da margem de erro.
Outras sondagens recentes mostram cenário similar para as eleições de novembro nos Estados Unidos.
Trump e as admissões de derrota
Nos últimos dias, Trump já falou em público pelo menos duas vezes sobre a possibilidade de derrota.
Na última quinta-feira, durante evento realizado pelo Conselho Israelense-Americano, ele sugeriu que uma eventual derrota dele seria em parte culpa dos eleitores judeus-americanos.
Isso porque, segundo pesquisas, 40% dos eleitores judeus-americanos pretendem votar nele. “Isso significa que 60% das pessoas estão votando no inimigo."
Os comentários de Trump foram criticados pela campanha de Harris, pelo apartidário Comitê Judeu-Americano e pela Liga Antidifamação.
*Com informações de agências de notícias internacionais.