A guerra foi o tema dos discursos de Donald Trump e de Nikki Haley pelos votos dos republicanos nas primárias desta terça-feira (23) em New Hampshire.
Trump, que lidera a indicação republicana para as eleições presidenciais de novembro, adotou uma abordagem totalmente diferente em New Hampshire.
Em comícios por todo o estado, Trump diz aos eleitores que só ele pode manter a nação fora da “Terceira Guerra Mundial” e defende as relações com alguns dos governantes mais autoritários do mundo, incluindo Xi Jinping, da China.
Haley alertou que os EUA devem se preparar para uma guerra com a China. A ex-embaixadora norte-americana na ONU, citou o tamanho da marinha chinesa, alertou sobre os avanços de Pequim na inteligência artificial e nos mísseis hipersônicos e demonstrou preocupação com o desenvolvimento de armas de "neuroataque" que podem embaralhar o cérebro dos militares em campo.
“A China vem se preparando para a guerra com os EUA há anos”, disse Haley à multidão reunida em Rochester, New Hampshire, acrescentando que a China precisa ser tratada como inimiga e não como uma concorrente.
New Hampshire: o vale-tudo da guerra
Com apenas dois candidatos na corrida republicana, a votação em New Hampshire coloca uma Haley mais agressiva contra um Trump mais isolacionista — ele preferiu evitar complicações estrangeiras, mantendo uma abordagem "EUA em primeiro lugar".
A política externa normalmente não assume um papel importante nas eleições presidenciais dos EUA, nas quais as preocupações internas são uma constante para os eleitores.
No entanto, com a guerra na Ucrânia ainda em curso, Israel a combater o Hamas em Gaza e a China a sinalizar uma postura mais agressiva na Ásia, estes não são tempos normais.
“O mundo está em chamas”, Haley gosta de dizer nos eventos.
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Trump, o favorito
Trump é o favorito para vencer as primárias, enquanto Haley espera obter apoio suficiente para argumentar que ela é uma opção viável para o futuro dos EUA.
De acordo com uma pesquisa da Monmouth University/Washington Post com potenciais eleitores nas primárias divulgada na segunda-feira (22), Trump é mais confiável quando o assunto é política externa do que em Haley por uma margem de 57% a 32%.
O pré-candidato que conseguir a indicação enfrentará o presidente norte-americano, Joe Biden, nas eleições de 5 de novembro.
Trump: a guerra pela paz
A China criticou Haley no ano passado pelas ameaças de limitar drasticamente as relações comerciais sino-americanas, dizendo que aqueles que chamam atenção por meio da "difamação e transferência de culpa" na campanha eleitoral acabarão no "monte de cinzas da história".
Trump, por sua vez, classificou Haley como uma “fomentadora da guerra” que arrastará os EUA para um conflito no momento em que o país finalmente saiu do Afeganistão. Ele tem sido cético em relação a mais ajuda à Ucrânia e é um crítico de longa data da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“As pessoas que querem, têm guerras o tempo todo. Nikki é uma delas. Vamos matar pessoas em todos os lugares e ganhar muito dinheiro para as pessoas que fabricam os mísseis”, disse Trump.
Nos comícios, o republicano argumenta que as relações estreitas com líderes autoritários são “inteligentes” e que a ligação com Kim evitou uma guerra nuclear com a Coreia do Norte.
Como presidente, diz ele, encerrará imediatamente a guerra na Ucrânia, mas não detalhou como.
“Restauraremos a paz através da força”, disse Trump em comício em Rochester, New Hampshire. “Vou evitar a Terceira Guerra Mundial.”
*Com informações da Reuters