Após um dia inteiro de especulações sobre possíveis dividendos extraordinários, a Petrobras (PETR4) enfim falou sobre o tema. Em um comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (4), a estatal informou que "não há decisão sobre a distribuição de tais valores".
A petroleira relembrou já ter informado, em fato relevante publicado no início do mês passado, que seu conselho de administração propôs que os R$ 43,9 bilhões referentes ao lucro remanescente de 2023 sejam integralmente destinados à reserva de remuneração do capital.
"A competência para aprovar a destinação do resultado, incluindo o pagamento de dividendos, é da assembleia geral de acionistas", diz a estatal. O encontro está marcado para 25 de abril.
Vale relembrar que a União é a principal acionista da Petrobras (PETR4). O bloco de controle, que inclui o governo federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detém pouco mais de 36% do capital.
Mas, considerando apenas as ações ordinárias — ou seja, que efetivamente tem direito a voto nas assembleias —, a participação do governo garante maioria com 50,26%.
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Lula vai liberar ou não os dividendos da Petrobras (PETR4)?
E, segundo o jornal O Globo, o governo decidiu descongelar os pagamentos dos dividendos extraordinários do quarto trimestre, após uma reunião entre os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
O encontro ocorreu nesta quarta-feira (3), mesmo dia em que Haddad afirmou que a diretoria da Petrobras é quem iria definir a distribuições de proventos aos acionistas.
“Toda questão debatida pela diretoria e conselho (sobre distribuição de dividendos) é se vão faltar recursos para plano de investimentos”, disse o ministro aos jornalistas.
Haddad afirmou que não há ainda um cronograma definido. Segundo ele, o governo aguarda uma posição da diretoria, com informações detalhadas sobre o caixa, após provocações feitas pelo Conselho da estatal.
Em meio aos rumores desta quinta-feira (4), o presidente Lula solicitou cálculos exatos sobre quanto a estatal pode distribuir de dividendos em abril, por meio de auxiliares à Petrobras — sem que os recursos comprometam o plano de investimentos. As informações são do Estadão.
Apenas com esses números em mãos, Lula deve chancelar ou não a distribuição dos proventos em questão.
Em seguida, o tema deve ser discutido em reunião extraordinária com integrantes do Conselho da Petrobras prevista para esta sexta-feira (5).