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Para grandes credores da Light (LIGT3), não é possível aprovar novo plano de recuperação judicial da empresa

Funcionário da Light

Funcionário da Light

Os credores da Light (LIGT3) reagiram ao novo plano de recuperação judicial da empresa apresentado pela companhia na madrugada de hoje, e consideram que o plano é impossível de ser aprovado pelos detentores do maior volume em crédito, disse ao Broadcast Energia uma fonte próxima a grandes credores da empresa, que detêm até R$ 5 bilhões do total de R$ 11 bilhões em dívida da Light.

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"Não houve consenso nas reuniões, mas mesmo assim, eles apresentaram um plano que, até onde a gente sabe, não conta com o apoio de ninguém além dos que possuem R$ 30 mil em créditos", disse a fonte, que aceitou falar sem ter o nome identificado.

A proposta da empresa prevê que esse grupo receberá integralmente seus valores em até 90 dias. Individualmente, os detentores de créditos de menor valor são numerosos – aproximadamente 28 mil, ou 60% dos credores –, mas em valores eles respondem por apenas R$ 300 milhões, montante ínfimo da dívida da companhia.

De acordo com esse interlocutor, a empresa precisa reduzir sua alavancagem em R$ 3,2 bilhões, sendo que, deste valor, parte virá dos acionistas de referência e a outra da conversão de créditos.

Contudo, este é justamente um dos pontos criticados pelos credores, que avaliam a relação de troca apresentada pela empresa como muito desfavorável. "Estão propondo que o acionista compre uma ação e leve três, enquanto o credor leva uma só, não tem condição".

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Para essa fonte, tendo em vista que, após renovada, a concessão durará 30 anos, o ideal seria uma proposta mais suave para os detentores de créditos da empresa, mas a direção da companhia tem uma proposta que visa a apertar esse grupo para navegar com tranquilidade no futuro.

Outro ponto destacado é que o plano apresentado pela Light é extremamente ruim para quem não aceitar os termos da conversão. Pela proposta da empresa, quem não aceitar a proposta receberá em pagamento único no 15º ano, correspondente a 20% e corrigido pelo IPCA.

Em comunicado divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou que, "apesar de essa opção estar prevista no plano, a companhia não prevê pagamentos a nenhum credor nestas condições".

Para fonte próxima Light, novo plano de recuperação judicial é sustentável para a empresa cumprir obrigações

Por outro lado, na avaliação de uma pessoa próxima à Light e que também aceitou falar sem ter o nome identificado, este plano de recuperação judicial é o mais aderente à realidade da companhia, que tem alto passivo a ser reestruturado e está em vias de negociar com o governo a renovação de sua concessão de distribuição de energia no Rio de Janeiro.

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"É um plano sustentável para a Light fazer jus às suas obrigações", disse a fonte.

Esta fonte lembra que, dadas as características do negócio da Light, a empresa precisa manter investimentos e manutenção em seus ativos, para evitar penalizações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Além disso, eventuais problemas relacionados à prestação de serviços poderiam impactar negativamente as negociações com o governo justamente sobre a renovação da concessão.

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