Uma empresa que apresentou resultados positivos e cuja ação tem um potencial de valorização de mais de 20% não é de se jogar fora, mas, no caso da Klabin, o BTG Pactual não recomenda ter os papéis KLBN11 em carteira agora.
Depois de anos mantendo a recomendação de compra para a ação, o banco de investimentos reiterou nesta quinta-feira (8) a indicação neutra para a Klabin.
Para o BTG, há um menor potencial de fluxo de caixa livre para a Klabin, além da necessidade de desalavancagem da companhia.
O preço-alvo estabelecido pelo banco para a ação KLBN11 é de R$ 26 — o que representa um potencial de valorização de 20,4% em relação ao último fechamento.
Por volta de 14h20, a ação da Klabin caía 0,14%, a R$ 21,56. Em 2024, o papel acumula perda de 3%. Já a ação da Suzano (SUZB3) também recuava a 0,11%, a R$ 53,64. No ano, o papel tem baixa de 3,5%. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
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Klabin versus Suzano: qual papel comprar?
Na disputa entre as duas gigantes do papel e celulose, o BTG escolhe a Suzano (SUZB3) em função da avaliação de mercado para a Klabin ser menos atrativa na comparação com a rival.
“Consideramos a Suzano um beneficiário mais substancial do aperto em médio prazo nos mercados de celulose, fator fundamental para a nossa decisão”, diz o BTG em relatório.
O banco vê a Klabin negociando a 8,5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda), não gerando fluxo de caixa livre relevante.
“A ação está precificada de uma forma que consideramos justa neste momento”, diz o BTG.
O banco destaca que a Klabin também tem enfrentado um cenário difícil para o segmento de papéis, com redução de 3% nas vendas na comparação do quarto trimestre de 2023 ante o mesmo período de 2022 e 14% menos se considerado o ano de 2023 em relação a 2022 como um todo.
“A Klabin continua sinalizando mercados de papelão fracos, o que está levando a empresa a realizar paradas relacionadas ao mercado em várias de suas unidades”, afirma o BTG.
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Klabin: nem tudo é ruim
Entre os pontos positivos da Klabin, o BTG destaca os resultados do quarto trimestre e o Ebitda divulgado pela companhia, em linha com as estimativas dos analistas.
A empresa registrou lucro líquido de R$ 370 milhões entre outubro e dezembro de 2023, enquanto o Ebitda ajustado foi de R$ 1,683 bilhão no período. A receita líquida, por sua vez, somou R$ 4,5 bilhões.
“O Ebitda cresceu 24% em relação ao trimestre anterior, explicado pela alta dos preços da celulose, bem como maiores volumes de papel cartão revestido — contribuição da Puma II — e custo caixa por tonelada ligeiramente menor”, diz o BTG.
O banco avalia como bem-sucedido o processo de ramp-up da unidade Puma II, destacando que a nova máquina já contribuiu com 86 mil toneladas de produção de papel.