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Menos investimentos e mais dividendos em 2025: o que esperar do novo plano estratégico da Petrobras (PETR4), segundo analistas do Santander

Magda Chambriard em primeiro plano com fundo verde atrás dela, com os dizeres Petrobras em branco

Com anúncio previsto para novembro, o novo plano estratégico da Petrobras (PETR4) para os próximos cinco anos deve trazer mudanças significativas para a companhia, na visão dos analistas do Santander, em relatório divulgado nesta terça-feira (15).

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No documento assinado por Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, o banco avalia que essas mudanças darão à administração da estatal mais margem de manobra em termos de estrutura de capital e aos investidores mais visibilidade sobre a capacidade da companhia de continuar pagando dividendos extraordinários aos acionistas no ano que vem.

Os analistas se dizem confiantes de que a Petrobras poderia potencialmente aumentar seu teto de dívida bruta no nível atual de US$ 65 bilhões, além de dar mais clareza sobre sua posição mínima de caixa, que os analistas acreditam ser inferior a US$ 8 bilhões. 

Em relação a investimentos, o Santander também avalia que a estatal pode reduzir o capex estimado para 2025 para um nível mais próximo de US$ 17 bilhões, dado o noticiário recente sobre a empresa.

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Confira as projeções para o plano estratégico (2025-2029) da Petrobras (PETR4)

Vale destacar que, nesta semana, fontes ouvidas pela Reuters indicam que a petroleira deve reduzir os investimentos planejados para 2025.

A Petrobras projetou investimentos de US$ 21 bilhões para o ano que vem, mas esse montante pode cair para US$ 17 bilhões. 

“Acreditamos que tais mudanças seriam bem-vindas pelo mercado e poderiam desbloquear dividendos extraordinários adicionais para 2025, em um período no qual o governo federal continua buscando soluções para seu problema fiscal”, afirmam os analistas do Santander.

O banco também vê espaço para pagamentos extraordinários de dividendos ainda em 2024, e que o “momentum operacional” da petroleira começa a melhorar a partir deste mês.

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Segundo o Santander, esses pontos reforçam a visão otimista sobre a estatal e tornam a ação preferencial para navegar no atual cenário volátil de petróleo.

Por isso, o banco tem recomendação “outperform” para PETR3, equivalente a compra. O preço-alvo é de R$ 54, um potencial de valorização de 31% em relação ao fechamento anterior.

Passivos e dívida bruta

Com base nas estimativas do Santander, os passivos de arrendamentos da Petrobras devem chegar a US$ 43 bilhões até o final do ano que vem.

O banco leva em consideração os FPSOs — navios com capacidade para processar e armazenar o petróleo — arrendados e que devem ser adicionados ao portfólio da companhia, como as plataformas Maria Quitéria, Almirante Tamandaré, Marechal Duque da Caxias e Alexandre Gusmão.

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Caso o teto da dívida bruta da Petrobras permaneça em US$ 65 milhões, na estimativa dos analistas, a petroleira teria que reduzir sua dívida financeira para US$ 22, ante os US$ 26,3 bilhões registrados no segundo trimestre deste ano. 

“No entanto, acreditamos que o teto da dívida bruta poderia ser alterado para dar mais margem de manobra para a administração acomodar arrendamentos no balanço. Além disso, acreditamos que a meta atual de US$ 65 bilhões foi criada em um período em que as operações da Petrobras eram menos lucrativas (ou seja, menos mix do pré-sal) e o custo da dívida estava bem acima do nível atual, reforçando nossa visão de que um teto maior poderia ser introduzido”, diz o Santander. 

O banco lembra que o CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, mencionou em entrevistas recentes que a estatal está atualmente analisando diversas métricas para o novo plano estratégico, incluindo o teto de US$ 65 bilhões para a dívida bruta da companhia.

“Além disso, o Sr. Melgarejo observou que um aumento no teto da dívida bruta não significa que a empresa irá automaticamente assumir mais dívidas, mas visa dar mais flexibilidade para administrar a estrutura de capital da empresa”, destacam os analistas. 

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Mais clareza sobre posição de caixa

Sobre o caixa da Petrobras, o Santander lembra que no plano estratégico anterior a companhia focava na “posição de caixa de referência” de US$ 8 bilhões. Já em planos anteriores, a empresa também tinha uma posição “mínima” de US$ 5 bilhões. 

Entretanto, os analistas acreditam ainda que o CFO precisa trazer mais clareza sobre esse tópico, considerando que a companhia tem US$ 9 bilhões em linhas de crédito rotativo.

Em entrevistas, Fernando Melgarejo também mencionou que esse valor de referência está sendo revisado. Além disso, ele citou que a administração prefere trabalhar com caixa mínimo, e o excesso de caixa deve ser distribuído como dividendos extraordinários. 

Em relação aos investimentos, os analistas do Santander reforçam que a Petrobras só pode aumentar os investimentos em cerca de 20% a 30% a cada ano. Levando em consideração que a orientação para 2024 era de US$13,5-14,5 bilhões, o banco acredita que o mercado deve esperar um capex da empresa para 2025 mais próximo de algum valor entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões.

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