Após uma sequência de resultados frustrantes, a Intelbras (INTB3) parece finalmente ter encontrado a luz no fim do túnel no primeiro trimestre de 2024. Com expansão nas principais linhas do balanço do 1T24, a mudança de ventos animou não só os investidores, como também os analistas do Itaú BBA e da Empiricus Research
No caso do banco, os analistas elevaram a recomendação de “neutro” para “outperform” — correspondente a compra —, com preço-alvo de R$ 28 para o fim de 2024, equivalente a uma valorização potencial de 45,9% em relação ao último fechamento.
As ações da empresa de equipamentos eletrônicos, redes, comunicação e energia figuram entre as maiores altas na bolsa brasileira no pregão desta terça-feira (30).
Por volta das 15h45, os papéis INTB3 subiam 15,75% na B3, negociados a R$ 22,20 No ano, as ações acumulam leve alta de 2,2%. A Intelbras vale hoje pouco mais de R$ 7 bilhões na B3.
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Maior otimismo sobre Intelbras (INTB3)
A visão mais otimista do Itaú BBA sobre a Intelbras (INTB3) vem na esteira de dados melhores que o esperado da empresa no primeiro trimestre de 2024.
O lucro maior veio acompanhado de uma virada nas receitas, que registraram uma pequena alta após três trimestres consecutivos em queda.
Veja as principais linhas do balanço do 1T24 na comparação anual:
- Lucro líquido: R$ 153,94 milhões (+16,6%)
- Receita operacional líquida: R$ 1,04 bilhão (+0,2%)
- Ebitda: R$ 167,04 milhões (+16,1%)
- Margem Ebitda: 16,1% (+2,2p.p)
- Despesas operacionais: R$ 206,88 milhões (+2,6%)
Na avaliação do banco, as margens da Intelbras foram o principal destaque do balanço, lideradas pela margem bruta de 33,9%, que ajudou a empresa a registrar um “sólido controle de despesas operacionais” nos três primeiros meses de 2024.
O segmento de energia impulsionou as margens da Intelbras, com margem bruta de 26,4% no trimestre, resultado da execução da estratégia de liquidação do inventário de custos mais elevados, que pressionou as margens no 4T23.
“Esperamos agora que o segmento opere com margens mais saudáveis daqui para frente, próximas da sua média histórica de pelo menos 20%”, afirmaram os analistas.
Já na divisão de segurança, a margem bruta foi de 38,2%, enquanto a unidade de TI e comunicação teve margem bruta de 31,8%.
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O bom resultado vai se sustentar?
A melhora brusca de resultados da Intelbras (INTB3) levanta dúvidas se a empresa de tecnologia será capaz de sustentar o desempenho robusto a longo prazo.
Para a Empiricus Research, o desempenho da receita da companhia nos três primeiros meses de 2024 sinaliza um potencial de aceleração nos próximos trimestres.
“Se a empresa mantiver essa eficiência operacional, podemos esperar uma expansão de lucros ainda mais robusta do que a vista no 1T24”, afirma a analista Larissa Quaresma.
Na avaliação da casa de research, a ação INTB3 atualmente é negociada a um múltiplo de menos de 10 vezes os lucros projetados para este ano — o que sustenta a recomendação de compra dos papéis pela Empiricus.
Já os analistas do Itaú BBA afirmam estarem “mais confiantes de que a empresa está finalmente fora de perigo”.
“É difícil imaginar uma nova revisão para baixo das estimativas de lucro por ação e, com as ações sendo negociadas a um múltiplo atraente de preço sobre lucro (P/E) de 2024 de 11 vezes, acreditamos que finalmente chegou o momento de adotar uma visão positiva sobre a Intelbras”, afirmam os analistas.
Porém, existem três riscos que podem impactar o desempenho da Intelbras, na visão do Itaú BBA. O primeiro deles é a concorrência, que pode ser um obstáculo à aceleração das receitas de segurança.
Outra questão que pode afetar a empresa é a paralisação da recuperação do mercado solar. Além disso, um crescimento mais fraco do faturamento pode limitar a alavancagem operacional e, por consequência, a expansão das margens.
“Vemos a Intelbras como uma grande empresa com um histórico de longa data nos mercados em que compete, e nossa atualização hoje dá à Intelbras e à sua experiente equipe de gestão um merecido benefício da dúvida.”