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Vem mais dividendos por aí? CEO do Itaú (ITUB4) diz que banco deve distribuir excesso de capital; ações sobem após balanço do 1T24

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco (ITUB4)

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco.

Depois de distribuir R$ 11 bilhões em dividendos extraordinários sobre o resultado de 2023, o Itaú Unibanco (ITUB4) pode usar o excesso de capital para voltar a agraciar os acionistas neste ano. A afirmação é de Milton Maluhy Filho, CEO do maior banco privado brasileiro.

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O Itaú encerrou o primeiro trimestre com um índice de capital nível 1 de 13%. Esse indicador é superior aos 11,5% que o banco definiu como mínimo para operar.

"Nossa política será trabalhar com capital adequado. Não tenho meta de dividendo, mas em tendo sobra [de capital] a ideia é distribuir, sim, e fazer um novo dividendo extraordinário", afirmou Maluhy, em teleconferência com a imprensa para comentar os resultados do trimestre.

O CEO do Itaú lembrou que uma série de mudanças regulatórias nos próximos anos devem ter impacto sobre o capital. Mas disse que todas elas são "absorvíveis" nas simulações do banco.

Maluhy não descartou ainda a possibilidade de usar os recursos à disposição no balanço para novas aquisições. "A gente está sempre olhando o Brasil e fora do Brasil. A nossa preferência é por alocação de capital no Brasil, nesse momento, para deals mais relevantes, se existirem."

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Enquanto isso, as ações do Itaú (ITUB4) reagem em alta na B3 aos resultados. Por volta das 12h35, os papéis subiam 2,47%, a R$ 33,20. Os papéis encerraram o dia com alta menor: 1,79%, a R$ 32,98.

Itaú (ITUB4): deixando o "mar aberto"

Um dos destaques do balanço do Itaú do primeiro trimestre foi a queda do índice de inadimplência, que encerrou março em 2,7%. Trata-se de uma queda de 0,1 ponto percentual no trimestre e de 0,2 ponto na comparação anual.

O banco atribuiu o resultado à estratégia de "de-risking" da carteira. Ou seja, de reduzir a atuação em determinados segmentos de crédito a pessoa física.

Questionados quais seriam esses segmentos, o CEO do Itaú mencionou o chamado "mar aberto". Em outras palavras, trata-se do crédito a clientes que não têm histórico com o banco.

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Mais especificamente ele destacou as linhas de cartão de crédito, onde houve uma sobreoferta nos últimos anos em razão do surgimento dos bancos digitais e fintechs, de acordo com Maluhy.

"Houve um comprometimento de renda bastante relevante de diversas famílias no produto cartão, e isso naturalmente fez com que a gente tivesse que fazer um ajuste no portfólio", disse aos jornalistas.

Como resultado dessa estratégia, o Itaú conseguiu reduzir a inadimplência e melhorou a margem ajustada ao risco, segundo o CEO. Para o restante do ano, a expectativa do executivo é que os indicadores de atraso se mantenham estáveis.

Por outro lado, o pé no freio em segmentos mais arriscados levou a um crescimento menor da carteira de crédito. Essa opção do banco ainda deve trazer um impacto de 0,5 ponto percentual neste ano.

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O Itaú apresentou um avanço de 2,8% das operações de crédito em 12 meses. Abaixo, portanto, da projeção (guidance) do banco para 2024, de uma alta entre 6,5% e 9,5%. Mas o banco mantém a expectativa de alcançar a faixa de crescimento ao longo do ano, de acordo com Maluhy.

O que o mercado achou do balanço do Itaú

Com um resultado praticamente sem surpresas (para surpresa de ninguém), o Itaú arrancou mais uma vez elogios dos analistas que cobrem as ações do banco.

"Os números nos deixam confiantes de que o banco atingirá o guidance do ano, que implica um lucro líquido de aproximadamente R$ 40 bilhões em 2024", escreveu a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research. A casa de análise tem recomendação de compra para as ações do Itaú (ITUB4).

Enquanto isso, o Bank of America (BofA) comparou a precisão dos resultados do Itaú à de um relógio suíço. "Mantemos nossa recomendação de compra, uma vez que o Itaú segue entregando os melhores resultados da categoria, o que sustenta sua avaliação premium."

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Já o BTG Pactual, que também tem recomendação de compra para os papéis do banco, destacou em especial o trabalho do CEO Milton Maluhy. "Sob o comando de Maluhy, o banco acelerou a transformação digital, indo muito além da mera migração para a nuvem e reescrita de códigos", destacaram os analistas do BTG.

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