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Confiamos muito na marca Avon, diz CFO da Natura (NTCO3); ações caem forte na B3 após recuperação judicial nos EUA

Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados

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A notícia do pedido de recuperação judicial da Avon Products (API), subsidiária da companhia nos Estados Unidos, pegou de surpresa o mercado na manhã desta terça-feira (13). Mas, na avaliação do diretor financeiro (CFO) da Natura &Co (NTCO3), Guilherme Castellan, ainda existe “forte potencial” para a marca — inclusive fora dos EUA e da América Latina.

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Para Castellan, atualmente não há sinergias significativas entre a Avon LATAM e a Internacional — que continua com desempenho fraco, apesar da melhora relevante nos resultados da divisão brasileira.

As receitas da Avon Internacional registraram queda de 8,4% em moeda corrente frente ao segundo trimestre de 2024, enquanto a Avon Brasil teve estabilidade.

De acordo com o CFO, a Natura continua focada na estratégia de simplificação, iniciada em 2022 — ainda que os estudos sobre a separação dos negócios da Avon tenham sido suspensos até a conclusão da recuperação da subsidiária da marca.

“Esse processo da API coloca em hold esse estudo, mas obviamente dependendo do resultado disso, a companhia continua a ver méritos numa eventual separação”, afirmou o executivo, em teleconferência de resultados. 

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“A gente confia muito na marca Avon, que é a razão pela qual estamos proporcionando um valor pela compra dos ativos operacionais fora dos Estados Unidos, a gente só continua acreditando que não há sinergias significativas entre Avon Internacional e Avon Latam.”

As ações da Natura (NTCO3) operam em forte queda no pregão desta terça-feira, liderando a ponta negativa do Ibovespa. Por volta das 14h25, os papéis caíam 12,21%, negociados a R$ 14,38. 

O novo jogo da Avon Internacional

De acordo com Castellan, agora o “nome do jogo” da Avon Internacional será a alocação de recursos em países específicos, com boa parte dos esforços concentrados em cerca de 12 países.

Entretanto, essas ações serão realizadas em “ondas” — como foi visto inicialmente em países como a Romênia e Turquia, que foram os primeiros a receberem novas ações operacionais. 

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“É tentar pilotos comerciais que a gente pode replicar em outros países, mas obviamente sem tentar fazer a mesma coisa em 30 países que sabemos que essa receita não funciona.”

Já para João Paulo Ferreira, CEO da Natura &Co América Latina, houve um movimento de recuperação importante na marca Avon — que teria registrado crescimento no Brasil no segundo trimestre caso não houvesse a interrupção no Rio Grande do Sul.

Natura (NTCO3) e a recuperação judicial da Avon nos EUA

A Avon Products, subsidiária da marca nos Estados Unidos, entrou com um pedido de recuperação judicial (Chapter 11).

Por outro lado, o processo pode ajudar a resolver de vez o enorme problema que se tornou a operação norte-americana da Avon, de acordo com analistas. Em particular, os processos que a unidade sofre pelo suposto uso de amianto em produtos.

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Principal credora da subsidiária, a Natura informou que apoia o processo de recuperação e continua acreditando no potencial da marca Avon.

De todo modo, a operação terá impacto no caixa da empresa brasileira, que se comprometeu com um financiamento (DIP) de US$ 43 milhões (R$ 236 milhões) à unidade norte-americana.

Além disso, a Natura pretende fazer uma oferta de US$ 125 milhões pelas operações da Avon fora dos EUA. A empresa pretende usar créditos contra a subsidiária nesta operação, que terá supervisão da corte judicial norte-americana.

O que dizem os analistas

Na avaliação do BTG Pactual, a Natura (NTCO3) registrou resultados mais fortes em meio à reestruturação em andamento e à depreciação cambial e hiperinflação na Argentina.

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Veja os destaques do balanço do 2T24: 

Para os analistas do banco, a expansão da lucratividade da Natura continuou positiva, com melhora no Ebitda e na margem bruta consolidada, impulsionada por um melhor mix de categorias.

“Embora o processo do chapter 11 adicione complexidade ao caso da Natura, ele deve eventualmente simplificar sua estrutura e abordar as questões dos processos de talco nos EUA”, afirmou o banco, em referência às ações na Justiça pelo suposto uso de amianto em produtos da subsidiária da Avon.

Na visão do BTG, ainda que os resultados operacionais da Natura tenham sido “encorajadores”, o ritmo de recuperação permanece incerto.

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“A recuperação contínua e desafiadora ainda nos deixa à margem, apesar dos sinais mais encorajadores.”

Os analistas mantiveram recomendação neutra para as ações NTCO3, com preço-alvo de R$ 18 para os próximos 12 meses, implicando em uma valorização de 8,9% em relação ao último fechamento.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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