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China coloca frigoríficos brasileiros sob pressão com investigação sobre carne bovina e ações caem forte na B3; Marfrig (MRFG3) está entre as maiores quedas

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No penúltimo pregão de 2024, as ações das gigantes de frigoríficos brasileiras registraram forte queda na B3 nesta sexta-feira (27). O principal motivo por trás da desvalorização é a China, maior importadora e consumidora de carne do mundo, e parceira comercial do Brasil.

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Os papéis da Marfrig (MRFG3), por exemplo, operavam entre as maiores quedas do Ibovespa. Por volta das 16h, a ação da empresa de alimentos caía 3,57%, a R$ 16,22. No mesmo horário, a bolsa brasileira tinha perda de 0,52%, aos 120.453,51 pontos. MRFG3 fechou em queda de 1,37%, a R$ 16,60.

Controlada da Marfrig, a BRF (BRFS3) tinha desvalorização de 2,75%, a R$ 24,77, fechando em queda de 2,63%, a R$ 24,80. A ação da JBS (JBSS3) caiu 2,64%, a R$ 36,21, e a da Minerva (BEEF3) recuou 0,77%, a R$ 5,18. 

Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio da China anunciou que o gigante asiático vai começar uma investigação sobre as importações de carne bovina.

O objetivo é averiguar se as importações têm prejudicado a atividade pecuária local. A investigação vai abranger todos os países fornecedores da China, como o Brasil, a Argentina e a Austrália. 

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Como a China afeta as ações dos frigoríficos hoje?

Vale ressaltar que o gigante asiático é o maior importador e também consumidor de carne do mundo. Só no ano passado, as importações totais de carne bovina da China atingiram US$ 14,2 bilhões — um aumento em relação aos US$ 8,2 bilhões registrados em 2019. 

O Brasil, por sua vez, foi responsável por 42% do valor total desse comércio em 2023, seguido pela Argentina, com 15%, e pela Austrália, com 12%. Este ano, o Brasil já exportou 1,21 milhão de toneladas de carne para a China, com alta de 11% na comparação anual. 

Por ser o principal destino do setor no mundo, a China vem lidando com um mercado saturado, o que fez os preços da carne no país caírem para os menores níveis em anos. 

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Por conta disso, caso o país adote medidas para reduzir as importações de carne bovina, os principais fornecedores, como Brasil, Argentina e Austrália, seriam diretamente afetados. 

Segundo as autoridades chinesas, as investigações devem se concentrar em importações entre 1º de janeiro de 2019 e 30 de junho de 2024. O pedido pela investigação veio de associações do setor, como da Associação de Criação de Animais da China e outros grupos.

Os solicitantes disseram que um aumento acentuado nos volumes de importação durante o período havia “prejudicado seriamente” a indústria doméstica da China, disse o ministério.

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O que dizem as empresas brasileiras?

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), que representa companhias como JBS, Marfrig e Minerva, reconheceu em nota o “papel estratégico da China” para a indústria brasileira e ressaltou que pode cooperar no processo.

“Como grandes parceiros comerciais, estamos comprometidos em cooperar com as autoridades chinesas e brasileiras, colocando-nos à disposição para fornecer quaisquer esclarecimentos e participar ativamente do processo de investigação”, disse a entidade.

A associação destacou ainda que a carne brasileira tem sido fundamental para complementar a produção local chinesa, hoje estimada em 12 milhões de toneladas.

*Com informações da Reuters e Money Times

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