As últimas barreiras para a Amil mudar de mãos acabaram de cair. O negócio recebeu nesta quarta-feira (17) as aprovações necessárias para a venda da empresa para o empresário José Seripieri Filho.
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deram o sinal verde para a troca de controle da companhia, segundo o colunista Lauro Jardim d’O Globo.
Conhecido no mercado como “Júnior da Qualicorp”, o executivo venceu no fim de dezembro uma disputa acirrada pelo controle da operadora de saúde, que até então pertencia ao United Health Group.
Entre os interessados, estavam a Bain Capital, que pretendia replicar o sucesso com a NotreDame Intermédica; a Coruja Capital, do ex-chefe da área de varejo do Itaú, Marcio Schettini; e até mesmo Nelson Tanure, o investidor de referência em empresas como Prio (PRIO3), Gafisa (GFSA3) e Light (LIGT3).
O empresário, que fundou a operadora Qsaúde em 2020, não possuía mais investimentos no setor de saúde até então. Na realidade, foi a aquisição da Amil por R$ 11 bilhões que marcou o retorno de Júnior ao setor.
Vale ressaltar que a transação se tornou o maior negócio de fusão e aquisição (M&A) já realizado no Brasil por uma pessoa física sozinha.
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A aprovação da compra bilionária da Amil
Em termos mais simples, a bênção do Cade para a compra da Amil por José Seripieri Filho avalia que não há conflitos de interesses no negócio.
Para o Cade, a Amil atua exclusivamente no setor de saúde, com a operação de planos de saúde e odontológicos, enquanto o fundador da Qualicorp possui atividades no ramo de investimentos financeiros e imobiliários.
Segundo o Cade, apesar de Júlio ter fundado o grupo QSaúde, a autarquia observou que todas as empresas do conglomerado nas quais o comprador detém participação indireta não estão mais em operação.
Além disso, o empresário não possui ações em outras empresas com atividades em mercados horizontal ou verticalmente relacionados àqueles em que atua o Grupo Amil.
Afinal, Seripieri deixou a Qualicorp em 2019 e vendeu a carteira de beneficiários da QSaúde para o plano de saúde Alice em maio do ano passado.
"Assim, a operação representa apenas uma substituição de agente econômico e decidiu pela sua aprovação sem restrições", disse o Cade.
A última etapa do processo é a decisão do Tribunal do Cade. Se a autarquia não convocar os atos de concentração para análise ou se ninguém recorrer da decisão dentro de um prazo de 15 dias, o aval para a venda será definitivo.
*Com informações de Estadão Conteúdo e O Globo.