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Após mais um trimestre negativo, Marisa (AMAR3) agora vê duas alternativas para colocar dinheiro novo no caixa. Vem follow-on pela frente?

Fachada da Lojas Marisa (AMAR3)

Fachada da Lojas Marisa.

A reestruturação da Lojas Marisa (AMAR3) aparenta ainda não estar pronta para render frutos à varejista — que apresentou outra vez queda nas principais linhas financeiras de sua prévia operacional do quarto trimestre de 2023.

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A empresa publicou na manhã desta segunda-feira (18) os dados financeiros preliminares e não auditados referentes ao último trimestre do ano passado — que mostraram mais uma vez a necessidade de uma mudança de caminho na busca pelo fim da atual crise da varejista.

“Mesmo entendendo que 2023 seria um ano de transição para a companhia, o último trimestre do ano serviu como alerta para questionarmos se nosso posicionamento comercial era eficaz e suportaria a competitividade desejada para nossa marca”, escreveu a empresa.

Segundo a Marisa, o alto escalão da varejista de moda entendeu que “um ajuste de rota seria necessário”, levando a um redirecionamento de esforços para o reposicionamento da marca em 2024, retomando o foco na classe C.

Mas os números do 4T23 não foram a única novidade envolvendo as operações da Marisa. Na realidade, a companhia anunciou que avalia duas possibilidades para injetar dinheiro no caixa: uma potencial oferta de ações (follow-on) ou aumento de capital privado.

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Além das possíveis operações, a Marisa ainda comunicou aos investidores que não publicará mais suas projeções financeiras (guidance).

As ações da Lojas Marisa reagem em baixa logo na abertura do pregão. Por volta das 10h40, os papéis AMAR3 recuavam 3,54%, negociados a R$ 2,18. No ano, a desvalorização beira os 40%. Confira a cobertura de mercados ao vivo do Seu Dinheiro aqui.

Lojas Marisa (AMAR3): Vem follow-on pela frente?

Menos de um mês após propor um aumento de limite de capital autorizado que mais do que triplicaria a quantidade possível de ações AMAR3, a Lojas Marisa (AMAR3) anunciou hoje que avalia duas possibilidades para levantar dinheiro novo.

A empresa contratou os bancos BTG Pactual e Itaú BBA para analisar a viabilidade de uma  potencial oferta subsequente de ações (follow-on) ou um possível aumento de capital privado da companhia.

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Os bancos ainda devem estruturar as duas ofertas, que devem movimentar pelo menos R$ 195 milhões.

O montante ainda poderá ser aumentado em até R$ 90 milhões para “possibilitar a contribuição de créditos detidos pelos acionistas controladores contra a companhia” de emissões de debêntures da Marisa, com o objetivo de diminuir a alavancagem da varejista.

No caso do follow-on, a distribuição seria totalmente primária — isto é, quando os recursos levantados vão diretamente para o caixa da empresa — e realizada apenas no Brasil.

De acordo com a empresa, independente de qual for a opção de negócio escolhida, a demanda já está garantida.

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Isso porque a varejista já recebeu de seus acionistas controladores um compromisso de investimento “irrevogável e irretratável” de aquisição de pelo menos R$ 195 milhões em ações — isto é, o montante mínimo proposto pela Marisa para as duas operações.

A Marisa ainda contratou a BR Partners como assessora financeira e o Lefosse Advogados como assessor legal para os possíveis negócios.

Sem novos guidances

Com a possibilidade de um follow-on na mesa, a Marisa escolheu descontinuar a divulgação de projeções financeiras.

Segundo a empresa, a decisão segue a “necessidade de alinhamento de sua política de divulgação de guidance com os procedimentos adotados por seus consultores no contexto da potencial oferta”. 

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A prévia da Marisa (AMAR3) no 4T23

O anúncio do possível follow-on ou injeção de dinheiro novo pelos controladores acompanhou a publicação da prévia operacional do quarto trimestre de 2023 da Marisa (AMAR3).

A companhia não revelou o lucro líquido do período. Porém, o lucro bruto do segmento de varejo no quarto trimestre despencou 39,8% na comparação com igual intervalo de 2022.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de varejo pró-forma veio negativo em R$ 35 milhões entre outubro e dezembro de 2023.

“Apesar de nossos melhores esforços para entregar uma operação de varejo normalizada, com todo o avanço que tivemos com a estrutura operacional e de capital da empresa e, mesmo com a retomada das atividades comerciais ao longo do 4T23, nosso resultado anual não atingiu o que foi inicialmente planejado”, escreveu a Marisa, em comunicado enviado à CVM.

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A receita líquida, por sua vez, caiu 41,4% na mesma base de comparação, encerrando o quarto trimestre de 2023 a R$ 409 milhões. O indicador foi impactado pelo ritmo mais lento de recomposição de estoque que o necessário para suportar um maior volume de vendas.

A maior queda veio do canal digital, cujo faturamento caiu 61% frente ao quarto trimestre de 2022. Já a receita das lojas físicas caiu 40,1% na mesma base, impactada pelo encerramento de lojas ao longo de 2023.

Vale destacar que o comunicado trouxe apenas a visão “pró-forma” do resultado do negócio de varejo. Segundo a empresa, os números pró-forma descontam os ajustes extraordinários de R$ 36,3 milhões e R$ 153,8 milhões para o 4T23 e 2023 em despesas operacionais relacionadas ao encerramento de 91 lojas em 2023 durante o plano de reestruturação.

A prévia ainda mostrou uma redução de 32% da dívida bruta da Marisa após a amortização de débitos da varejista depois do recebimento do empréstimo contratado com o BTG Pactual.

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Outro destaque é o alongamento do passivo, com redução de 78% da dívida bancária de curto prazo em relação ao último trimestre do ano anterior. Já as dívidas de longo prazo mais do que dobraram, com um aumento de 138,3% contra o quarto trimestre de 2022.

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