A Vale (VALE3) já era sócia da empresa de geração elétrica Aliança Energia. Agora, dará um passo além e se tornará dona de 100% da companhia mineira. A mineradora anunciou nesta quarta-feira (27) que vai exercer seu direito de preferência e desembolsar R$ 2,7 bilhões para a compra da participação de 45% da Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT) no negócio.
Do lado da Cemig, a venda faz parte do plano de desinvestimentos implementado em 2020. Já o racional para Vale é que, além de já deter uma fatia relevante da empresa, a mineradora utiliza a maior parte da energia gerada pela Aliança.
"A aquisição da participação na Aliança Energia é um passo importante para a criação de uma plataforma de energia, que potencialmente contemplará outros ativos do portfólio da Vale. Após a conclusão da aquisição, a Vale buscará potenciais parceiros para essa plataforma, mantendo seu compromisso com a descarbonização de suas operações a partir de fontes renováveis e com custos competitivos", diz o comunicado.
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Os detalhes financeiros do acordo
O valor do negócio tem data base de 30 de junho de 2023, corrigido pelo CDI até o dia anterior ao efetivo fechamento da transação.
Desse montante, segundo a Cemig, serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação.
A Cemig GT fará jus ainda a um valor adicional, correspondente a 45% dos valores das indenizações futuras que podem ser recebidas pela Aliança — relativo aos prejuízos advindos do evento relacionado à ruptura da barragem de rejeitos do Fundão envolvendo a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga).
O valor de referência para fins do contrato é de R$ 223 milhões, também atualizado pelo CDI desde a data base.
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A importância estratégica para a Vale
O negócio é importante para a Vale, já que o volume de geração da Aliança Energia é estratégico para a manutenção da matriz energética baseada em fontes renováveis da mineradora no Brasil.
O portfólio de ativos de geração de energia elétrica da Aliança Energia é composto por sete usinas hidrelétricas no estado de Minas Gerais e três parques eólicos nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará.
Juntos, esses ativos alcançam 1.438 MW em capacidade instalada e 755 MW médios de garantia física.