A vida de Elon Musk não está fácil. Depois de o próprio bilionário reconhecer que as chinesas irão demolir as rivais no setor automotivo, agora foi a vez de a Ford atacar a Tesla.
O CEO da Ford Motor, Jim Farley, pediu nesta quinta-feira (15) que Wall Street esqueça a Tesla e seus sistemas de assistência ao motorista FSD, vistos como o futuro da indústria automobilística.
Segundo Farley, os investidores deveriam se concentrar no negócio de frotas “Pro” da montadora de Detroit.
O Ford Pro é composto pela frota tradicional e pelos negócios comerciais da montadora, bem como pelas emergentes operações de telemática, de logística e de conectividade para clientes empresariais. Também inclui peças e serviços para empresas.
Farley comparou a unidade, que quase dobrou o lucro antes dos impostos no ano passado, para US$ 7,2 bilhões, com a posição da Deere & Co há sete anos. As ações da fabricante de equipamentos agrícolas saltaram 235% desde então.
“Se você está procurando o futuro da indústria automotiva, pare de olhar para FSD e Tesla. Veja o Ford Pro. Tem meio milhão de assinantes com margem bruta de 50%”, disse Farley.
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O embate entre Ford e Tesla em números
A Ford espera que o lucro antes dos impostos da unidade Pro aumente para entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões este ano.
Já as expectativas de lucros para o negócio tradicional da empresa é de US$ 7 bilhões a US$ 7,5 bilhões.
A Tesla não divulga receitas ou ganhos do software premium de assistência ao motorista, comercializado como Full Self Driving Beta, FSD ou FSD Beta.
Muitos analistas de Wall Street especularam que esse software poderia gerar dezenas de bilhões de dólares por ano até 2030.
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Ford perde para Tesla em confiança
Alguns investidores são céticos em relação aos comentários de Farley. O executivo da Ford já havia afirmado que a Ford é uma concorrente crescente da Tesla com os seus veículos e tecnologias — mas até agora não se concretizou.
A Ford está atrasando ou cortando gastos em milhões de dólares em veículos elétricos, incluindo a produção doméstica de baterias, em contexto de adoção mais lenta do que o esperado dos seus modelos atuais, bem como de perdas significativas em veículos elétricos.
A empresa está no meio do desenvolvimento de seus veículos elétricos da próxima geração, que prometem ser lucrativos dentro de um ano após serem comercializados.
*Com informações da CNBC