Na esteira do pacote econômico anunciado pelo governo chinês para estimular a economia, uma nova medida promete impulsionar o mercado de capitais do país asiático.
O Banco do Povo da China (PBoC) lançou nesta quinta-feira (10) um mecanismo de swap de 500 bilhões de yuans (US$ 70,6 bilhões ou R$ 395 bilhões) para permitir que empresas de valores mobiliários, fundos e seguros obtenham ativos líquidos para suas compras de ações.
Em coletiva de imprensa detalhando o pacote, o presidente do PBoC, Pan Gongsheng, afirmou que o mecanismo de swap "aumentaria significativamente a capacidade dessas instituições de levantar fundos e aumentar as participações em ações".
Em português, swap significa “troca”, e é um derivativo financeiro que promove a troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos de forma simultânea. Ou seja, é uma troca entre empresas, investidores e governo.
Essa operação tem como objetivo reduzir riscos e tornar o resultado mais previsível entre as partes frente às diversas oscilações imprevisíveis do mercado e a volatilidade cambial.
O estabelecimento do mecanismo faz parte de um pacote de estímulos mais amplo introduzido no fim do mês passado pela China para reavivar a economia do país.
O PBoC informou que corretores e seguradoras qualificados agora podem comprometer ativos como títulos públicos, ETFs de ações e ações de empresas listadas no índice CSI 300 — Shanghai Shenzhen, que inclui as ações das 300 maiores empresas — para obter ativos líquidos como títulos do Tesouro e notas do banco central.
O presidente do banco central chinês acrescentou ainda que poderá expandir o tamanho do mecanismo no futuro.
Ainda não está claro se a iniciativa ajudará a melhorar o sentimento do mercado, mas especialistas e a mídia estatal disseram recentemente que a nova ferramenta não expandirá a oferta de moeda.
O pacote de estímulos da China
O anúncio foi feito depois que as ações chinesas caíram na quarta-feira (9) após um rali, com a diminuição do entusiasmo dos investidores em relação aos planos de Pequim para reanimar a economia.
No último mês, o gigante asiático anunciou uma série de medidas para “ressuscitar” o consumo no país com redução do compulsório bancário e corte das taxas de juros.
Segundo o presidente Xi Jinping, o objetivo do governo chinês é incentivar o mercado imobiliário – em crise há pelo menos três anos – e recuperar a economia.
*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo