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O que o dólar e a curva de juros hoje dizem sobre a visão do mercado após a decisão do Copom?

Nota de dólar queimando

Nota de dólar queimando

O dólar à vista amanheceu em alta no primeiro pregão depois da manutenção da taxa Selic a 10,50% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

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Já as taxas projetadas dos juros sugerem que os participantes do mercado ficaram incomodados com o tom supostamente blasé do comunicado da autoridade monetária.

Ontem à noite, o Copom manteve a taxa de juros brasileira no mesmo patamar pela segunda reunião seguida na noite de quarta-feira. Com isso, já se vão três meses com a taxa Selic na marca de 10,50% ao ano.

Como a manutenção dos juros já era esperada pelo mercado financeiro, as atenções se voltaram para o comunicado.

As expectativas dos analistas envolviam o futuro das taxas em meio a questionamentos da condução da autarquia por parte de Roberto Campos Neto, presidente do BC. 

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Contudo, o documento não trouxe muitas novidades nem uma sinalização clara do Copom em relação a decisões futuras.

E é isso o que provoca a alta do dólar e a empinada da curva de juros na manhã desta quinta-feira (1).

Dólar contra moedas fortes

Começando pelo dólar à vista, a moeda opera em alta de 1,23%, cotado a R$ 5,7283, renovando as máximas do ano, atingindo o patamar de R$ 5,73. Vale destacar que ontem também aconteceu a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), que manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% 

Assim, a moeda norte-americana sofre mais influências do exterior do que local. O Banco da Inglaterra (BoE) cortou os juros em 25 pontos-base, a 5,0% na manhã de hoje, enquanto o Banco do Japão (BoJ) aumentou sua taxa básica da faixa de 0% a 0,1% para 0,25%. 

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O índice do dólar, o DXY, que compara a moeda norte-americana com uma cesta de moedas fortes, também sobe 0,21% por volta das 10h, indicando que a decisão do Fomc, o Copom dos Estados Unidos, é quem exerce mais influência sobre as cotações hoje;

Além disso, o presidente da instituição, Jerome Powell, deu indícios de que pode iniciar o ciclo de cortes de juros em setembro, o que é considerado um sinal positivo para o mercado.

As bolsas por lá fecharam em alta após o combo de decisão de juros e coletiva de imprensa, o que também ajuda a fortalecer o dólar frente ao real hoje. 

Curva de juros: um duplo sinal

Já os DIs operam em sinais mistos. Enquanto as taxas dos vencimentos mais curtos caem, as dos títulos mais longos aumentam. Isso faz com que a curva de juros empine na manhã de hoje: 

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CÓDIGONOMEULT MIN MAX ABE FEC 
DI1F25DI Jan/2510,67%10,65%10,69%10,66%10,71%
DI1F26DI Jan/2611,53%11,50%11,65%11,60%11,62%
DI1F27DI Jan/2711,79%11,76%11,93%11,82%11,83%
DI1F28DI Jan/2811,93%11,89%12,05%11,97%11,92%
DI1F29DI Jan/2912,01%11,97%12,11%11,98%11,97%
DI1F30DI Jan/3012,05%12,02%12,13%12,08%12,01%
DI1F31DI Jan/3112,05%11,95%12,12%11,95%11,96%
DI1F32DI Jan/3212,04%12,03%12,11%12,11%11,98%
DI1F33DI Jan/3312,04%11,98%12,09%11,98%11,94%
Fonte: Broadcast

Isso significa que os investidores estão retirando os prêmios dos juros curtos, com a expectativa de manutenção da Selic nos atuais patamares de 10,5% ao ano.

Porém, há uma aposta na elevação das taxas em reuniões futuras, o que pressiona a curva longa para cima. 

Já não é a primeira vez que o Copom aponta que a inflação dos Estados Unidos — e, consequentemente, os juros elevados por lá — impedem cortes da Selic. Sendo assim, os diretores da autoridade monetária brasileira seguem monitorando esses indicadores por lá.

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