Hoje, quem ganha no máximo R$ 2.824 por mês não precisa pagar o Imposto de Renda. Mas o plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é justamente aumentar a faixa de isenção para até R$ 5.000 por mês.
Bom, esse foi o valor que Lula prometeu inicialmente em sua campanha. Agora, o presidente defendeu que a faixa de isenção pode ser ainda maior que os R$ 5 mil. Veja o que ele disse em entrevista à Rádio O Povo, em Fortaleza:
“O que queremos é isentar aquelas pessoas [que ganham] até R$ 5 mil e, no futuro, isentar mais porque, na minha cabeça, salário não é renda. Renda quem tem é o cara que vive de especulação”, acrescentou o presidente.
Segundo Lula, a medida é um “compromisso de justiça” que será possível a partir da taxação dos super-ricos no Brasil.
Como a taxação de “super-ricos” ajudará o governo a aumentar a faixa de isenção do IR?
Aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil faria o governo arrecadar R$ 50 bilhões a menos por ano.
Por isso, um novo imposto ajudaria a compensar esse déficit ao trazer alguns bilhões a mais aos cofres públicos.
Nesse cenário, o Ministério da Fazenda estuda criar um imposto mínimo para milionários. A ideia é cobrar uma uma taxa entre 12% a 15% sobre toda a renda daqueles que ganham mais de R$ 1 milhão por ano — o que equivale a mais de 251 mil brasileiros.
Para se ter uma ideia, a criação desse tributo com uma alíquota efetiva de 12% teria potencial de aumentar a arrecadação do governo em R$ 44,8 bilhões por ano, segundo cálculos da Warren Investimentos. Ainda assim, o governo precisa de R$ 166,2 bilhões extras para zerar o seu déficit no próximo ano.
A meta de Lula é entregar a correção na tabela progressiva do imposto de renda até 2026.
Em entrevista, o presidente criticou o fato de os trabalhadores pagarem proporcionalmente mais impostos do que os ricos, e disse: “você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto quem tem ações da Petrobras e recebe R$ 45 bilhões de dividendos não pague imposto de renda”.
*Com informações da Agência Brasil