As concessionárias são empresas autorizadas pelas montadoras, conforme a bandeira, a comercializar veículos novos e acessórios e a realizar serviços oficiais das marcas, como revisões e recall.
Sim, existe uma Lei nº 6.729/1979, popularmente chamada de Lei Ferrari (não por causa da marca italiana, mas porque é o nome do autor, Renato Ferrari) que dispõe sobre a concessão comercial entre produtores e distribuidores de veículos.
Ou seja, por força da lei, nenhum fabricante pode vender carros diretamente a consumidores, somente intermediado por concessionários.
A lei de mais de 40 anos, aliás, está em discussão no STF, porque a PGR questiona que há trechos inconstitucionais. Mas até que algo seja definido, ela continua valendo.
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As concessionárias e as pegadinhas
Mesmo sendo autorizadas, as concessionárias geralmente fazem parte de diferentes grupos, que também possuem diversas marcas. Cada uma ocupa um espaço e comercializa aquele produto de forma independente.
Na hora de comprar um carro zero-km, o consumidor precisa ficar atento a algumas práticas comuns desse mercado, que podem parecer normais, mas são “pegadinhas”.
Não que seja algo ilegal, mas de técnicas de vendas e marketing que muitas vezes que os consumidores incautos não percebem.
A seguir enumeramos dez situações que ocorrem nas concessionárias e o que você pode fazer para evitar ou driblar e realizar o melhor negócio.
1- As concessionárias não são iguais
As concessionárias de carros novos podem ter a mesma bandeira (marca), mas possuem políticas de desconto e promoções próprias.
Os carros possuem um preço sugerido pela fabricante e um padrão de serviços, incluindo o preço das revisões. Por isso, quando for pesquisar um carro, considere ir a mais de uma concessionária.
Os descontos variam conforme os estoques e as margens de lucro de cada loja, então barganhe em diferentes concessionárias.
2- Avaliação do carro usado na troca
Essa é uma das pegadinhas mais comuns das concessionárias. O vendedor oferece ótimas condições no carro novo, coloca o usado na troca (o que traz um conforto por não ter de se preocupar com a revenda), mas subavalia seu valor.
Antes de decidir, saiba quanto vale seu carro usado e considere não o utilizar na troca pelo novo e sim vender por conta própria ou ainda melhorar a proposta da concessionária.
3- Test drive
Não feche negócio antes de conhecer de perto o carro que procura e dirigi-lo, na mesma versão.
Algumas lojas possuem apenas modelos topo de linha no showroom e podem iludir quem só consegue comprar uma versão inferior, muitas vezes sem os mesmos conteúdos e tipo de acabamento.
Os percursos também costumam ser muito limitados, mas é recomendável insistir para andar um pouco mais, incluindo locais onde possa sentir a suspensão do carro.
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4- Versão escolhida
Às vezes, o exato modelo que você quer está em falta, com fila de espera, enquanto uma opção mais cara está disponível.
Avalie e barganhe desconto sobre esse de preço maior ou procure o que busca em outra concessionária. A espera pode ser mais um motivo para você analisar se é isso que quer mesmo.
5- Não exatamente o que você quer
O carro é um bem caro, que te dá despesas e muitas vezes sonhado. Por isso, não leve qualquer coisa só porque tem pronta-entrega.
Uma cor que você não gosta ou com itens que não são exatamente do jeito que você desejou. Consulte outras concessionárias e não tenha pressa em fechar negócio.
6- Cuidado ao financiar
Se não tiver o montante para comprar à vista, utilize o máximo que puder para a entrada e financie o restante. Mas lembre-se que há um oceano de opções, além dos planos indicados (e comissionados) pelo vendedor. Faça cotações com seu banco e pesquise outras possibilidades.
7- Juro zero
Essa prática já foi pior, mas ainda existe. Algumas marcas atrelam o financiamento sem juros mediante uma entrada altíssima (70 a 80% do preço do carro) ou sob condição de colocar o usado na troca (o que pode significar prejuízo).
Algumas lojas também incluem taxas de cadastro e de outras naturezas, o que pode configurar juros embutidos. Faça as contas e veja se vale a pena.
8- Seguro indicado
Assim como o financiamento – nem sempre o mais vantajoso – o vendedor pode indicar algum seguro, embutido nas prestações.
Antes de fechar negócio, faça sua própria cotação e verifique ainda os custos de franquia. Outro serviço que pode ser atrelado é o de revisões programadas, o que geralmente é vantajoso, exceto se você pretende vender o carro em breve. Aí melhor pagar as revisões avulsas e não fechar o pacote adiantado.
9- A pré-venda
Uma prática que vem se tornando comum nas montadoras e concessionárias é a reserva de um modelo que ainda não chegou ao mercado, mediante um pequeno valor.
Ainda que seja reembolsável, avalie as condições dessa compra antecipada e se há benefícios (acessórios diferenciados, por exemplo), para adquirir um veículo que você nem conhece.
Uma das pegadinhas é o famoso “marketing de escassez”, de anunciarem unidades limitadas para criar uma ansiedade no consumidor. Nenhuma compra consciente deve acontecer por impulso.
10- O carro não existe
Você é atraído por um anúncio e ao ligar ou ir à concessionária descobre que aquele carro não está mais disponível.
O que muitas vezes acontece é a loja anunciar em plataformas online e, para não pagar por um anúncio novo, deixa um modelo de isca para o interessado ligar. Só então ele informa sobre a venda daquele carro e tenta indicar um similar.
É uma prática comum em lojas de novos e usados. Não necessariamente é ruim, mas aquele carro geralmente em ótimas condições e preço que você pesquisou e escolheu não existe, o que é frustrante.
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