O CEO da Microsoft, Satya Nadella, recebeu US$ 30,6 milhões (R$ 174,4 milhões) a mais neste ano fiscal. O problema é que ele não queria esse aumento.
Para entender essa história, é preciso dar um passo atrás.
Em julho do ano passado, a Microsoft reportou uma falha de segurança que fez com que as contas de e-mail de oficiais do governo norte-americano e de executivos de alto nível fossem expostas.
O ataque foi atribuído ao grupo de ciberespionagem Storm-0558, supostamente ligado à China.
Em abril deste ano, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, publicou um relatório condenando a companhia por falta de segurança e por ter deixado passar “erros evitáveis”.
“Os clientes se beneficiariam se o CEO e o conselho de diretores focassem diretamente na cultura de segurança da empresa”, escreveram as autoridades no documento.
Diante desse cenário, Nadella pediu ao comitê de compensação financeira (responsável pelos bônus) que considerasse os problemas de segurança e ataque cibernético para redução do incentivo financeiro. Para o executivo, ele tinha uma “responsabilidade pessoal” de resolver e prevenir esse tipo de problema com maior velocidade e foco.
Como consequência, a bonificação dada ao CEO foi cortada pela metade. Ainda assim, Nadella recebeu o total de US$ 79,1 milhões referentes ao ano fiscal de 2024, contra US$ 48,5 milhões recebidos no período anterior.
Em junho, a empresa afirmou que iria considerar os esforços de cibersegurança para determinar o valor da compensação financeira.
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Em janeiro deste ano, a big tech reportou ainda outra falha. De acordo com a Microsoft, os serviços de espionagem da Rússia acessaram contas de e-mails de alguns executivos do alto escalão da companhia.