*O texto foi atualizado em 30/08/2024 com a ampliação do valor do programa de recompra de ações anunciado pela própria empresa
A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, notabilizou-se recentemente pelas perspectivas de distribuição dos lucros aos acionistas.
No decorrer dos últimos meses, a direção da companhia anunciou a distribuição de proventos e promoveu uma bilionária redução de capital.
Ela avisou também que não pararia por ali — e não parou mesmo.
Agora a Telefônica Brasil recorre a uma outra forma de remunerar os detentores de VIVT3: um programa de recompra de ações.
- 10 ações para investir neste mês: veja a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma, baixando este relatório gratuito.
Para que serve a recompra de ações?
Existem diversos motivos que levam uma empresa como a Vivo a aprovar um programa de recompras como esse. Entre eles, estão:
- a empresa acredita que suas ações estão baratas ou mal avaliadas pelo mercado;
- a companhia precisa distribuir ações aos executivos como bônus e não quer emitir novos papéis;
- ela quer gerar valor ao acionista que continua em sua base, apesar da instabilidade do mercado.
Isso porque a recompra é uma das maneiras que uma empresa pode escolher para dar retorno para o seu investidor. Por outro lado, a operação acaba tirando um pouco da liquidez dos papéis no mercado.
No caso da Telefônica, o objetivo da recompra é “incrementar valor aos acionistas pela aplicação eficiente dos recursos disponíveis em caixa, otimizando a alocação de capital da companhia”.
O programa da recompra de ações da dona da Vivo
O conselho de administração da Telefônica Brasil aprovou um novo programa de recompra de até 40,8 milhões de ações da Vivo.
As recompras começarão já na sessão desta terça-feira (5) e poderão ser realizadas até 4 de março de 2025.
Inicialmente, a companhia informou que poderá usar até R$ 1,5 bilhão* em VIVT3 durante a vigência do programa.
O dinheiro sairá da reserva estatutária de lucros da Telefônica Brasil.
Uma vez recompradas, as ações serão mantidas em tesouraria, sem redução do capital social da dona da Vivo.
Outras formas de distribuição de lucros
O programa de recompra é apenas a mais recente medida da direção da Telefônica Brasil no sentido de distribuir lucros aos acionistas da Vivo.
Em dezembro de 2023, a Telefônica Brasil anunciou a distribuição de mais de R$ 1 bilhão em juro sobre capital próprio (JCP).
Agora em janeiro, os acionistas da Vivo aprovaram uma proposta de redução de capital de R$ 1,5 bilhão, restituindo o valor aos acionistas sem o cancelamento de ações.
E é provável que medidas similares se repitam em breve. Isso porque a Telefônica Brasil dispõe de autorização da Anatel para efetuar reduções de capital de até R$ 5 bilhões.
Em meio a reduções de capital, recompra de ações e pagamento de proventos, a Telefônica Brasil manifestou no ano passado a intenção de distribuir entre seus acionistas valor igual ou superior a 100% do lucro líquido de cada exercício social entre 2024 a 2026.
Colunista do Seu Dinheiro e analista da Empiricus, Ruy Hungria tem recomendado a ação da Vivo a investidores com foco em dividendos.