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Nova York nas alturas: Powell tira Wall Street para dançar e S&P 500 bate novo recorde — saiba o que o chefão do Fed falou

O Touro de Wall Street, no distrito financeiro de Manhattan, em Nova York, nos EUA.

“Say Say Say” é um dos hits de Paul McCartney e Michael Jackson. No clipe, a dupla vende uma poção milagrosa para moradores de uma cidade. Nesta quarta-feira (20), o Federal Reserve (Fed) não precisou de nenhum exilir para que o S&P 500 batesse recorde — bastou o chefão do banco central norte-americano falar, falar, falar. 

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Claro que Jerome Powell não disse o que todo investidor quer saber: quando, afinal, os juros começarão a cair nos EUA? Mas não faltaram pistas para embalar os ganhos do mercado, lá fora e aqui. 

Em Wall Street, as ações subiram com o S&P 500 ultrapassando o nível de 5.200 e atingindo uma nova máxima intradiária. O Dow Jones manteve o ritmo do índice mais amplo da bolsa de Nova York e também atingiu recorde, enquanto o Nasdaq deu passos para um fechamento nas máximas. 

Ao mesmo tempo, o ouro subia mais de 1%, enquanto os yields (rendimentos) do títulos de dívida do governo norte-americano perdiam força. 

Por aqui, o Ibovespa, no ponto alto do dia, superou os 129 mil pontos pela primeira vez desde 7 de março. O dólar renovou mínimas durante o pregão, na casa dos R$ 4,97. 

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Confira a variação e a pontuação dos principais índices de ações de Nova York no fechamento:

Say Say Say: o que o chefão do Fed disse, afinal?

“Say, say, say what you want… but don't play games with my affection” — o hit de Paul e Michael poderia ser um recado do mercado para Powell: diga o que você quiser, mas não brinque com meus sentimentos. 

Embora o presidente do Fed tenha mantido a cautela sobre o momento do corte de juros nos EUA, ao mesmo tempo, ele deu muitos sinais do que pode vir por aí. O Seu Dinheiro separou as principais declarações dele na coletiva de hoje. Confira:

Powell disse que contratações em nível elevado não impediriam o banco central norte-americano de cortar os juros. Segundo ele, o crescimento dos salários nominais e as ofertas de emprego diminuíram nos EUA. 

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 "O forte crescimento do emprego não é motivo para nos preocuparmos com a inflação", disse. "Os participantes do comitê de política monetária esperam que o reequilíbrio do mercado de trabalho continue a aliviar a pressão ascendente sobre a inflação", acrescentou. 

O presidente do Fed avaliou que as expectativas da inflação nos EUA continuam bem ancoradas e, diante do recente repique dos preços, ponderou que “é normal ver preços mais altos no primeiro semestre do ano”. 

“A inflação diminuiu significativamente ao longo do último ano, mas permanece acima do nosso objetivo de longo prazo de 2%”, disse ele, acrescentando que “os riscos para alcançar os objetivos de emprego e inflação estão cada vez mais equilibrados. 

“A economia está funcionando, funcionando bem. Os dados de inflação vieram um pouco mais altos. Mesmo assim, continuamos a fazer bons progressos na redução da inflação”, afirmou. 

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Falando sobre o futuro da política monetária, Powell reconheceu que há riscos para os dois lados: de um corte muito rápido de juros ou a demora de seguir nessa direção.

Segundo ele, em um cenário de crescimento econômico, mercado de trabalho forte e inflação em desaceleração, o caminho de política monetária tem de ser avaliado "com cuidado".

A resposta, no entanto, está nos dados: “Mas não vamos agir em demasia a um dado específico”, disse. 

O futuro dos juros nos EUA

"Take, take, take what you need... but don't leave me with no direction" — obedecendo a Sir Paul e ao rei do pop, o Fed não deixou o mercado sem direção.

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O banco central norte-americano manteve os juros inalterados na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas indicou por meio do famoso dot plot, ou gráfico de pontos, que deve cortar a taxa três vezes antes do final do ano, reafirmando a previsão feita em dezembro.

Antes da reunião de hoje, alguns investidores temiam que uma recente série de dados de inflação mais quentes que o previsto pudessem resultar em menos cortes do que os mercados esperavam.

Dito isto, o banco central dos EUA indicou que precisa de mais provas de que a inflação está desacelerando antes de começar a tirar o pé.

“O Comitê não espera que seja apropriado reduzir o intervalo dos juros até que tenha ganhado maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%”, diz o comunicado com a decisão de hoje.

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