Com os cenários interno e externo oferecendo um prato cheio para o câmbio nesta quinta-feira (1), o dólar à vista fechou o primeiro pregão de agosto com fortes ganhos e no maior nível em mais de dois anos e meio.
A moeda-norte americana subiu 1,41% hoje e ficou em R$ 5,7350, cotação mais alta desde o fechamento de 21 de dezembro de 2021.
Além disso, a divisa renovou a máxima intradia, com um pico de R$ 5,7430 dentro do pregão que superou o patamar de R$ 5,7009 registrado no início do mês passado.
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Por que a decisão do Copom afeta o dólar?
Por aqui, pesou para a alta o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de ontem.
O Copom optou por manter a taxa básica de juros brasileira, a Selic, no patamar de 10,5% ao ano, o que já era previsto. Mas contrariou as expectativas em outra frente. Considerando a desancoragem da inflação, o mercado esperava um comunicado mais duro e uma sinalização de eventual alta dos juros neste ano.
Vale destacar que uma das poucas novidades de ontem foi justamente a inclusão da taxa de câmbio como um fator adicional de risco na convergência da inflação para a meta.
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Exterior pesou para o câmbio
Mas o que impulsionou de fato o desempenho do dólar foi o exterior. Ontem também aconteceu a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), que manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50%.
As falas do presidente Fed, Jerome Powell, fortaleceram as apostas de ciclo de cortes de juros em setembro, o que é considerado um sinal positivo para o mercado. Com isso, as bolsas por lá fecharam em alta, o que também ajudou a fortalecer o dólar frente ao real hoje.
O aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio com notícia de que o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto no Irã também desempenhou seu papel no câmbio.
A situação delicada por lá leva os investidores a buscarem o dólar, que é considerado um dos ativos de proteção frente a cenários de incerteza.
*Com informações do Money Times