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Disputa pela prefeitura reacende antiga briga de Lula e Alckmin: enquanto PT apoia Boulos, ex-governador aposta em outro nome; veja qual

Guilherme Boulos é apoiado pelo PT, de Lula; Tabata Amaral é apoiada pelo PSB, de Alckmin

Guilherme Boulos (PSOL), em vídeo de campanha para a prefeitura de São Paulo em 2018.

A corrida eleitoral para a prefeitura da cidade de São Paulo, atualmente gerida por Ricardo Nunes, reacendeu uma antiga briga entre o PT e o PSDB. Isso porque o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice, Geraldo Alckmin, apoiam candidatos diferentes na disputa. 

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Enquanto Lula, do PT, fez um acordo durante a eleição presidencial com o PSOL para apoiar a candidatura de Guilherme Boulos, Alckmin declarou apoio à deputada Tabata Amaral para a prefeitura de São Paulo.

Segundo o vice-presidente, Tabata "é a novidade" e "a verdadeira mudança" que a cidade precisa. Veja o vídeo

Apesar de ter se filiado ao PSB em 2022 para compor a chapa com Lula, o ex-governador de São Paulo é um membro histórico do PSDB, do qual foi filiado por mais de 30 anos. 

Lula X Alckmin: prefeitura é disputa de deputados

Guilherme Boulos, de 41 anos, é deputado federal desde 2003 pelo PSOL e lidera as pesquisas de intenção de voto para a prefeitura da cidade. Segundo o Datafolha de agosto deste ano, o parlamentar figura em primeiro nas pesquisas, com 32% das intenções de voto. 

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Já Tabata Amaral, de 29 anos, também é deputada desde 2019 pelo PSB, mesmo partido de Alckmin. Na mesma pesquisa, a parlamentar aparecia com 11% das intenções de voto, no terceiro lugar. 

Entre Boulos e Amaral está Ricardo Nunes, o atual prefeito, com 24% das intenções de voto.  Por falar em deputados, o parlamentar pelo União Brasil, Kim Kataguiri, aparece em quarto lugar, com 8% das intenções de voto. 

PT X PSDB: opositores históricos

Apesar de ambos serem de linhas de esquerda, PT e PSDB tomaram caminhos diferentes ao longo da história. 

Enquanto o partido dos trabalhadores seguiu uma linha mais voltada ao trabalhismo, com políticas de assistência social, o PSDB continuou com um direcionamento mais à centro-esquerda e com um alinhamento com o empresariado — o próprio nome, partido da social-democracia brasileira, já diz que não se trata de uma sigla essencialmente de direita. 

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Entretanto, ao longo dos últimos anos, o partido se distanciou da linha social-democrata e passou a flertar com a centro-direita, além de intensificar uma orientação política mais liberais. No fim, o PSDB ficou taxado como um partido de oposição à esquerda tradicional.

Histórico de polarização e “o fim” do PSDB

Esse distanciamento colocou PT e PSDB em pólos opostos do espectro político. Desde 1994, os partidos travam a batalha de poderes em todas as esferas — do legislativo ao executivo, das prefeituras à presidência. 

Mas a polarização que surgiu no país a partir de 2014, após a eleição entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o deputado Aécio Neves (PSDB), o partido de Alckmin foi perdendo espaço.

No xadrez político entraram outras peças — como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), eleito em 2018. As sucessivas discordâncias internas, como o afastamento do PSDB da linha social-democrata e a guinada à direita de membros do partido, fizeram a sigla implodir e perder relevância política para a extrema-direita nos últimos anos.

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Assim, Alckmin saiu do PSDB em 2022, se aliado ao PSB para fazer parte da chapa de Lula nas eleições daquele mesmo ano. Parte do sucesso da plataforma é creditada à entrada do capital político do ex-governador.

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