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Lula na coroação do rei Charles: as declarações polêmicas do presidente na viagem ao Reino Unido

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, faz declaração à imprensa após a coroação do Rei Charles III. Londres - Inglaterra

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, faz declaração à imprensa após a coroação do Rei Charles III. Londres - Inglaterra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos 100 chefes de Estado que estiveram na coroação do rei Charles III, que aconteceu na manhã deste sábado (06) na Inglaterra. 

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O petista aproveitou a viagem para ampliar a agenda externa de seu governo e, como é de costume, falou sobre os mais diversos assuntos. 

O Seu Dinheiro separou as principais declarações de Lula na viagem ao Reino Unido. 

Lula e o rei 

Lula disse que a primeira coisa que o rei Charles III pediu a ele foi que ele cuide da Amazônia. Em resposta, o presidente disse que precisa de ajuda. 

"Para cuidar da Amazônia eu preciso ajuda e muitos recursos", afirmou.

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O petista disse que em agosto deve se reunir com demais países amazônicos para tomar uma decisão comum.

 "Não adianta o Brasil preservar só a nossa (floresta)", afirmou ele, reforçando que o Brasil vai cumprir a promessa de acabar com o desmatamento até 2030. "Isso é quase uma questão de honra".

Lula disse ainda que o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, se comprometeu a contribuir com o Fundo Amazônia.

"A Inglaterra não disse quanto vai dar, mas eu espero que não seja menos que nos EUA", ressaltou Lula, em entrevista após participar da cerimônia.

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O presidente também disse que está pleiteando que a COP30 seja no Brasil. "Quem defende a Amazônia vai ter a chance de participar de uma COP no coração da Amazônia."

Lula contou ainda que vai levar a reivindicação de mais recursos para preservar a Amazônia ao G7, G20 e Brics. Ele disse que o objetivo é levar o tema a reuniões para tomar "decisões que façam com que a humanidade comece a acreditar que os governos estão dizendo a verdade quando falam na questão da preservação ambiental."

Parceria comercial com a Inglaterra

Na coletiva de imprensa em Londres, Lula falou ainda que vai criar um grupo de trabalho para discutir questões comerciais com a Inglaterra. Segundo ele, o governo anterior "parou de falar de negócio ou de discutir negócio" e o fluxo comercial entre os dois países diminuiu de US$ 8,6 bilhões para US$ 6 bilhões.

Lula ainda disse que a Inglaterra explora "muito pouco" o potencial de venda que tem para o Brasil, e vice-versa. 

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"Eu sempre disse que o ministro da Indústria e Comércio deve funcionar como um mascate, deve levar produto embaixo do braço pra vender, e dinheiro no bolso pra comprar", destacou, acrescentando que a "boa política de relação comercial é via de duas mãos". 

Lula e a paz entre Rússia e Ucrânia 

Ainda sobre a agenda externa, o petista disse que quer ter com o presidente da França, Emmanuel Macron, "a mesma conversa que tive com a China" em relação à guerra na Ucrânia. 

"Não dava para conversar na coroação do rei, então fiquei de marcar telefonema para falar com ele porque não é segredo. Já conversei com a Índia, vou voltar a conversar com o Macron", afirmou.

"Alguém nesse mundo tem que se preocupar com a paz, tomar uma decisão e tentar convencer aqueles que estão em guerra a pararem com a guerra, sentarem e negociar", acrescentou.

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O assessor especial para assuntos internacionais da presidência e ex-chanceler Celso Amorim já viajou à Rússia e deve viajar para a Ucrânia dia 10, segundo Lula.

Brasil na ONU

O presidente brasileiro defendeu ainda  maior representatividade de continentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações (ONU), inclusive com participação do Brasil.

“É preciso rediscutir uma nova geopolítica para que a ONU tenha autoridade de decidir e ver as decisões serem cumpridas, porque do jeito que está hoje, as decisões da ONU só valem para os países pequenininhos”, disse. 

“Os membros do Conselho de Segurança não respeitam sequer o Conselho de Segurança. Eles são os produtores de armas, os maiores vendedores de armas, são eles que têm todas as armas mais potentes”, acrescentou. 

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Mais críticas ao BC

Lula voltou a criticar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central (BC) no nível de 13,75% ao ano, e disse que ela inibe os investimentos e o crescimento econômico. 

O petista afirmou que os empresários, varejistas e a população já não suportam mais a atual marca da Selic, e que isso tem levado à quebra de empresas.

O presidente negou que bata no Banco Central, e afirmou que apenas discorda da política adotada pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. 

"Discordo da política, não concordo com juro a 13,75%. Você nunca me viu bater no BC, não bato porque não é gente, é banco", completou.

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Além de criticar o atual nível da Selic, Lula referiu-se diretamente a Campos Neto, ao afirmar que o presidente do BC não tem compromisso com o País e com a economia, mas com o governo anterior, que o indicou.

"Esse cidadão não tem nenhum compromisso comigo, ele tem compromisso com quem? Com o Brasil? Não tem. Tem compromisso com o outro governo, que o indicou", disse. "Ele tem compromisso com aqueles que gostam de taxa de juros alta."

Lula e os investimentos no Brasil

O petista aproveitou a ocasião para dizer que vai lançar o novo programa "Brasil Sorridente" na segunda-feira (8). 

"Estamos retomando, já em funcionamento, todas as políticas públicas que deram certo em nosso governo", afirmou. 

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"Vamos lançar até o final do mês todos os projetos que vamos ter de investimento em infraestrutura, em educação, até o final do mandato. A partir daí fica proibido ministro ter ideia, porque senão fica difícil colocar em prática", acrescentou. 

Lula e a articulação política

O presidente também defendeu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que tem sido acusado de ter problemas na articulação com o Congresso. 

"O Padilha é o que o País tem de melhor na articulação política. O fato de acertar ou errar, nós temos que pensar o que aconteceu, precisa ver do que estão se queixando os deputados", ponderou.

Lula disse que a dificuldade na articulação com o Congresso se deve à necessidade de atender às reivindicações dos deputados.

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*Com informações do Estadão Conteúdo

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