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Haddad diz que só falta convencer três Estados da proposta de compensação do ICMS; reforma tributária não ‘é consenso’, segundo ministro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (1º) que 24 das 27 Unidades da Federação já aceitaram a proposta para a compensação das perdas com o ICMS. A suspensão do imposto estadual ocorreu em julho do ano passado a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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"Ainda estamos sentados à mesa com três estados porque entendemos que a nossa proposta contempla as perdas impostas pelo governo Bolsonaro”, afirmou Haddad, em entrevista ao UOL.

E continua: “o ex-presidente impôs uma perda absurda a eles, ajudou a quebrar ainda mais os que já estavam em recuperação fiscal, como o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, que afundaram ainda mais”.

Além do RS e do RJ, Goiás é a terceira unidade da federação que entrou no chamado Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O tema foi tratado em uma reunião na última terça-feira (28) com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para tratar sobre o tema.

Haddad quer imposto unificado

Na mesma entrevista, Haddad afirmou que, nas discussões que envolvem a reforma tributária, há um pensamento majoritário de que a implementação de um imposto de valor agregado (IVA) dual é mais viável.

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O ministro Haddad disse estar com a agenda livre para a reforma e disponível para desatar o que ele chamou de “nós” da proposta. 

Isso porque, apesar do consenso em torno da necessidade de avançar com a pauta, existem pressões de diferentes segmentos, estados e municípios acerca do texto.

Anunciado em dezembro do ano passado como chefe da pasta, Haddad entende que a votação no Congresso será apertada, mas assegurou votos suficientes para aprovar a medida. 

Uma mistura de propostas

A ideia do governo é fazer uma espécie de fusão entre a PEC 45, da Câmara, e a PEC 110, que tramita no Senado.

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A primeira substitui cinco tributos — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — por um imposto sobre bens e serviços e um imposto seletivo sobre cigarros e bebidas alcoólicas.

Já a 110 propõe um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, sendo um para União e outro para o Distrito Federal, estados e municípios. 

Haddad, e o Imposto de Renda?

Recentemente, o tema da correção da tabela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF) voltou ao centro do debate — e a compensação com a perda da arrecadação deve vir dos “jogos eletrônicos”, segundo o ministro. 

Ele não deixou claro se essa tributação incluirá o mercado de apostas virtuais e os chamados e-sports. "Jogo no mundo inteiro é tributado e no Brasil não é", acrescentou.

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Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deu aval para a medida: "Vamos regulamentar em março, vamos mandar para a Casa Civil".

"Estamos fazendo a estimativa de arrecadação e os números não estão convergindo. O modelo está pronto, mas precisamos de uma estimativa mais precisa. Mas é coisa da ordem de bilhões de reais, não muitos, mas alguns", disse o ministro.

Outras pendências que Haddad deve tratar

Por fim, entre os assuntos abordados pelo ministro na entrevista, Haddad comentou de uma nova reunião com o presidente Lula para validar os parâmetros do Desenrola — o programa de negociação de dívidas bancárias que o governo pretende anunciar ainda em março.

O encontro deve acontecer na próxima segunda-feira (06) e, segundo Haddad, Lula ainda precisa “avaliar os parâmetros” para fechar uma proposta.

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"O programa está montado, mas precisa decidir até quanto de dívida nós vamos, se vai ter ou não subsídio e até quanto, de onde propomos que o dinheiro saia. É uma decisão política que cabe a Lula tomar. Ele validando na segunda-feira, fecha o programa e aí é marcar a data da assinatura", afirmou o ministro.

Haddad relembrou dos cerca de 70 milhões de CPFs negativados, um recorde na série histórica.

"A minoria está endividado em banco. A maioria está no crediário, nos serviços públicos. Cerca de 70% do crédito negativado não é bancário", destacou.

Segundo o ministro, essa é a primeira vez que o Estado vai ajudar as famílias a encontrarem uma solução para os seus problemas.“Se isso vier acompanhado de uma redução dos spreads e dos juros bancários, podemos ter mais consumo e investimentos", disse ele dias após Lula criticar a alta taxa de juros brasileira.

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*Com informações do Estadão Conteúdo

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