O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não economizou elogios ao falar nesta sexta-feira (28) da estreita amizade com a Coreia do Norte, um país isolado com o qual Moscou quer reforçar laços econômicos e políticos.
E não é para menos. Depois de alguns anos fechada para os amigos, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, foi a Pyongyang nesta semana, liderando a primeira delegação estrangeira de alto nível na Coreia do Norte desde que o líder Kim Jong Un encerrou as fronteiras em resposta à pandemia de covid-19.
O motivo oficial da visita foi a celebração dos 70 anos do Armistício da Guerra da Coreia, — um acordo assinado em 27 de julho de 1953 que colocou um fim aos combates que marcaram o primeiro grande conflito entre os blocos capitalista e comunista.
Mas a verdade é que a visita não serviu apenas para isso. Tanto Rússia como Coreia do Norte têm interesses em reforçar laços, não exatamente econômicos como disse Putin.
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O que há por trás da aproximação
A Coreia do Norte foi rápida em expressar seu apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia, atribuindo à política hegemônica e à arrogância dos EUA a culpa pela guerra. Além disso, foi um dos quatro países a se opor a uma resolução da Assembleia Geral da ONU que condenava a ação militar.
Além das afinidades ideológicas, o interesse militar também aparece como um ponto importante na aproximação cada vez maior entre Moscou e Pyongyang.
Recentemente, o governo norte-americano confirmou que a Coreia do Norte já havia concluído a entrega de foguetes e mísseis de infantaria ao grupo Wagner, formado por mercenários e que lutava na Ucrânia em nome da Rússia.
Mas outro interesse inusitado da delegação russa que foi à Coreia do Norte é nos trabalhadores de lá. As autoridades lideradas por Shoigu discutiram propostas para que Pyongyang envie seus cidadãos para ajudar a reconstruir cidades nas regiões separatistas de Luhansk e Donetsk.
A Rússia também honra a amizade
Se a Coreia do Norte foi um dos primeiros países a correr e manifestar apoio à Rússia logo depois da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Moscou também dá sinais públicos da amizade entre os dois países.
Segundo especialistas, a visita da delegação e tudo o que veio com ela também é uma demonstração de solidariedade depois que as tensões entre Pyongyang e Washington aumentaram na semana passada.
A situação se agravou por conta de uma rara travessia de um soldado norte-americano sobre a linha de demarcação que separa a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. O soldado Travis King está sob custódia norte-coreana.
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*Com informações do Financial Times e da CNBC