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Putin entrega os anéis e fica com os dedos: o preço da ajuda da China à Rússia na guerra

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cumprimenta com um aperto de mãos o presidente da China, Xi Jinping

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping

Não existe almoço grátis e nem ajuda que não exija nada em troca quando o assunto é guerra. E a visita do presidente da China, Xi Jinping, a Moscou tem seu preço — e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parece disposto a pagar. 

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Não é segredo que Putin gostaria que a China a ajudasse a Rússia enquanto o país se debate em um pântano econômico e militar causado pela invasão da Ucrânia, que já dura mais de um ano. 

As sanções internacionais restringiram ou cortaram o acesso russo a vários mercados ocidentais, enquanto a guerra na Ucrânia dá sinais de se transformar em um impasse sangrento com potencial para causar uma mudança política sísmica em Moscou.

Sob os holofotes, a reunião entre Xi e o Putin em Moscou — em seu segundo dia nesta  terça-feira (21) — tem como foco o plano de paz da China. Extraoficialmente, no entanto, analistas dizem que os líderes também devem discutir maneiras de Pequim ajudar a Rússia sem correr o risco de ser atingida por sanções ocidentais.

O que Putin quer

Embora, a China tenha adotado publicamente uma postura favorável à paz na Ucrânia, sem escolher nenhum dos lados do conflito, o país comandado por Xi vem ajudando a Rússia financeiramente, comprando, principalmente, petróleo. 

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Só que a Rússia quer mais. Desde o início da invasão, Putin supostamente vem pedindo assistência militar e econômica a Pequim — embora ambos os governos neguem publicamente.

Mas o Ocidente ainda lança um olhar de suspeita sobre a China, apesar de suas contínuas negações de que poderia ajudar Moscou com armas letais.

O que a China pode querer em troca?

Um ponto comum entre os especialistas em geopolítica é que a China nunca age puramente por altruísmo e sempre há um preço — ou prêmio percebido para Pequim — por seu apoio ou intervenção.

Segundo Timothy Ash, estrategista de mercados emergentes da BlueBay Asset Management, Putin entra nas negociações com a China com uma vulnerabilidade real. 

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“Xi sabe que Putin está desesperado e cada vez mais dependente da China. Se Putin estiver disposto a oferecer à China acordos de commodities de longo prazo com preços reduzidos, melhor ainda. A China aceitará tudo o que puder de um Putin enfraquecido”, disse Ash para a CNBC. 

Mas o interesse chinês em ajudar Putin não é só financeiro. Pequim também pode buscar apoio da Rússia se entrar em um conflito armado com Taiwan, uma ilha democrática e autogovernada na costa da China, cuja soberania não reconhece.

Segundo especialistas, a China provavelmente observa a invasão da Ucrânia pela Rússia para ver como Putin procedeu e como o mundo reagiu — e leva isso em consideração em seus próprios cálculos sobre se poderia lançar uma forma de ofensiva armada contra Taiwan, pedindo em troca o apoio russo. 

As duas nações estão alinhadas ideologicamente e há muito têm uma relação antagônica com o Ocidente e desdém por uma Organização do Atlântico Norte (Otan) expansionista. Além disso, ambas compartilham o desejo de ver um “mundo multipolar” no qual o domínio dos EUA é desafiado e, idealmente, diminuído.

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*Com informações da CNBC

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