GPS é a sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global. Trata-se do sistema de navegação via satélite mais antigo e mais utilizado do mundo, com cerca de 6 bilhões de usuários. Isso em um planeta cuja população acaba de ultrapassar a marca de 8 bilhões de pessoas.
O GPS é de propriedade do governo dos Estados Unidos. O sistema é administrado pela Força Espacial, um braço militar norte-americano estruturado sob o guarda-chuva da Força Aérea dos EUA.
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Originalmente projetado para uso militar, como a orientação de mísseis e a operação de drones, o GPS é hoje indispensável para a vida de bilhões de civis ao redor do mundo. A hegemonia do GPS — e, por tabela, dos EUA — ganhou escala com a popularização dos smartphones.
Hoje, quando você aciona o mecanismo de geolocalização de seu telefone celular, o mais provável é que sua posição seja determinada por um satélite da rede GPS.
Recentemente, o deputado norte-americano Mikie Sherill resumiu em poucas palavras a importância do sistema com um alerta sobre o que poderia acontecer se ele ficasse fora do ar.
“Se tivéssemos um ataque ao sistema, isso poderia realmente paralisar muitas áreas de nossa logística e de nossa cadeia de suprimentos, da nossa agricultura, dos sistemas de transporte, de controle de voo”, disse ele.
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Os concorrente do GPS
Agora o GPS tem um concorrente de peso. Trata-se do Beidou, um sistema de geolocalização alimentado por uma constelação de satélites operada pela China.
Vale observar que, antes do Beidou, já existiam outros sistemas de satélite desenvolvidos por outros países e organizações. A Rússia, por exemplo, opera o Glonass. Já a União Europeia (UE) tem o Galileo.
Historicamente, o mundo da tecnologia de navegação por satélite tem sido colaborativo, com cada país — ou grupo de países no caso do Galileo — oferecendo gratuitamente o acesso a seu sistema.
No entanto, a China vem operando uma estratégia comercial que tem o potencial de contestar a hegemonia do GPS norte-americano.
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Por que outros países desenvolveram sistemas concorrentes ao GPS
Apesar do amplo uso civil nos dias de hoje, o GPS é um sistema de origem militar. Enquanto o acesso a determinados dados é considerado estratégico pelos Estados Unidos, a operação do sistema cabe à Força Espacial norte-americana.
Em um ambiente de crescente rivalidade bilateral entre Washington e Pequim — não apenas militar e comercial, mas também tecnológica —, é natural que os chineses tenham suas próprias preocupações estratégicas em relação ao tema.
“A China compreendeu a importância de ter seu próprio sistema de navegação global há anos”, diz Sarah Sewall. Ela foi subsecretária de Estado dos EUA para Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos antes de se tornar executiva da empresa de capital de risco In-Q-tel.
O catalisador dessa percepção foi um episódio no Estreito de Formosa, que separa a China da ilha de Taiwan. Numa determinada ocasião, militares chineses ficaram sem contato com mísseis disparados operados por GPS durante uma manobra militar.
“Os chineses ficaram alarmados com a situação e decidiram que precisavam ter seu próprio sistema para poder garantir cobertura contínua, o grau de precisão que desejavam e não depender de outra nação para algo tão vital para suas operações militares”, afirma Sewall.
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O que é o Beidou, o GPS chinês
Especialistas observam que o sistema Beidou extrapola o campo militar.
Assim como ocorreu com o GPS nos EUA, o Beidou está estimulando desenvolvimento econômico, científico e tecnológico na China.
O governo chinês estima que o Beidou destrave o equivalente a US$ 156 bilhões em investimentos até 2025.
Além disso, está ajudando a China a ganhar influência além de suas fronteiras.
“A China vinculou a exportação de muitas de suas outras formas de infraestrutura ao uso de dados de posicionamento, navegação e tempo fornecidos pelo Beidou”, afirma Sewall.
Tal vinculação está presente na comercialização da tecnologia 5G da China e também nos acordos digitais envolvendo as Novas Rotas da Seda.
*Com informações da CNBC.