O Banco Central da Argentina (BCRA) elevou a taxa básica em 15 pontos porcentuais, levando o juro nominal da chamada Letra de Liquidez (Leliq) de 28 dias a 133% ao ano. O anúncio acontece na mesma semana em que o dólar blue (a cotação paralela) atingiu as máximas históricas no país.
Na última semana, a cotação paralela da moeda norte-americana ultrapassou os mil pesos por dólar, em uma valorização de mais de 40% nos últimos 30 dias. O principal motivo é a disputa eleitoral, com grandes chances de Javier Milei, o candidato de extrema-direita argentino, ser eleito.
Milei tem uma plataforma de desestatização que agrada o mercado financeiro local. Uma das propostas inclui a extinção do peso argentino e a adoção dolarização da economia argentina. Suas falas mais recentes sobre a moeda do país ser um “excremento” impulsionaram as cotações do dólar.
Assim, a expectativa é de que a disparada do dólar impulsione ainda mais a inflação local. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o índice de preços ao consumidor da Argentina subiu 2,7% em setembro ante agosto, com avanço de 138,3% na leitura anual.
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Decisão do Banco Central da Argentina
Em comunicado, a autoridade monetária destacou que elevou a taxa de juros mínima garantida em prazos fixos de pessoas físicas, com piso de 133% para depósitos de 30 dias, com o "objetivo de reforçar o incentivo à poupança em pesos".
Ainda, o BRCA destaca que os indicadores argentinos continuam a refletir uma "desaceleração no ritmo de aumento do nível geral de preços desde o pico da terceira semana de agosto", sugerindo uma desaceleração significativa da inflação em outubro.
"O BCRA continuará monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado cambial e dos agregados monetários para fins de calibração da sua política de taxas de juros e de gestão de liquidez", destacou, em nota.
*Com informações do Estadão Conteúdo