Site icon Seu Dinheiro

A recessão bate na porta e a zona do euro abre: o que os dados do PIB realmente querem dizer?

Bandeira da zona do euro com cédulas e moedas de euro no topo; a Europa é um dos destaques da agenda econômica da semana

Toc toc toc — a contratação bateu duas vezes na porta da zona do euro. A Alemanha, acompanhada de alguns países europeus, abriu. A região entrou oficialmente em recessão técnica. Mas os dados do Produto Interno Bruto (PIB) desta quinta-feira (8) nos contam toda a história?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dizem que contra números não há argumentos e os de hoje não são nada bons para a zona do euro. O bloco de 20 países viu seu PIB cair 0,1% no primeiro trimestre, de acordo com estimativas revisadas da Eurostat, a agência de estatísticas da região.

“A notícia de que o PIB contraiu no primeiro trimestre significa que a zona do euro já entrou em recessão técnica. Suspeitamos que a economia se contraia ainda mais ao longo deste ano”, disse Andrew Kenningham, economista-chefe da Capital Economics para a Europa.

A culpa é da Alemanha?

A maior economia da região foi a anfitriã da recessão na zona do euro — mas não está sozinha. 

Em uma primeira leitura, a Eurostat havia dito que a eurozona cresceu 0,1% nos primeiros três meses do ano. Mas o dado foi ajustado depois que a Alemanha cortou seus números de crescimento no período e efetivamente entrou em recessão. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Irlanda também fez uma revisão em baixa do seu ritmo de crescimento, apresentando agora uma contração de quase 5%.

Antes do fraco desempenho de janeiro a março, a zona do euro também contraiu 0,1% no último trimestre de 2022. Os dois trimestres consecutivos de desempenho negativo do PIB também arrastaram a região mais ampla para uma recessão técnica.

Zona do euro: o que a recessão significa?

Embora alguns analistas prevejam um futuro ainda incerto para a zona do euro, outros avaliam que a recessão de agora é mais técnica do que efetiva. 

“A queda de 0,1% no quarto e no primeiro trimestres é tão mínima, e o mercado de trabalho é tão forte que é difícil argumentar que este é um ambiente de recessão. A estagnação da economia marca um corte claro do recente boom pós-pandêmico”, diz Bert Colijn, economista sênior do ING. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele explica que os dados de hoje mostram que a atividade econômica da zona do euro em março foi muito fraca — tornando improvável uma recuperação rápida no segundo trimestre. 

Mas avalia que, no geral, a economia da zona do euro voltou a se recuperar, à medida que a política monetária começa a pesar mais fortemente na atividade e os gastos pós-pandemia diminuem. 

“Com os dados da pesquisa de maio fracos em geral, é provável que tenhamos apenas uma melhora modesta após os dois trimestres de retração”, afirma. 

Exit mobile version