Depois de dizer que o líder da China, Xi Jinping, era um ditador, o presidente dos EUA, Joe Biden, voltou a provocar seu maior rival no cenário internacional ao dizer que a segunda maior economia do mundo é uma bomba-relógio.
Biden apontou vários problemas que assolam a economia da China, incluindo as fracas perspectivas de crescimento do país e a alta taxa de desemprego.
"Eles têm alguns problemas. Isso não é bom porque quando pessoas más têm problemas, eles fazem coisas ruins", disse Biden.
A economia da China entrou em deflação em julho e o país dá sinais de que pode estar entrando em uma era de crescimento econômico muito mais lento, com preços e salários estagnados — um contraste em relação à inflação fora de controle em outras partes do mundo.
O índice de preços ao consumidor chinês — o principal indicador da inflação do país — caiu 0,3% em julho, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China (DNE), depois de ficar estável em junho.
Segundo analistas, esses são sinais de que a economia chinesa está perdendo ímpeto, uma fonte de preocupação nas empresas e economias europeias para as quais a China é um parceiro comercial importante.
- [Guia gratuito] Veja onde investir no 2º semestre, segundo os especialistas consultados pelo Seu Dinheiro. Baixe o material completo aqui.
Os EUA estão muito melhores que a China?
Os EUA vivem um cenário oposto ao da China. O Federal Reserve (Fed) luta para controlar a inflação — que chegou a dois dígitos no ano passado, perdeu força, mas ainda assim segue o dobro da meta do banco central norte-americano.
Para trazer a inflação para próxima da meta de 2%, o Fed tem sido agressivo na política de aumento da taxa de juros. O movimento tem levado analistas e investidores a preverem que a maior economia do mundo entrará em recessão este ano.
VEJA TAMBÉM — Pensão alimentícia: valor estabelecido é injusto! O que preciso para provar isso na justiça? Veja em A Dinheirista
O que está por trás das declarações de Biden
As tensões entre EUA e China aumentaram no ano passado, quando os norte-americanos reforçaram o Taiwan, incluindo o fornecimento de armas. Pequim reivindica o controle total da ilha e rejeita interferências externas sobre o assunto.
Mais recentemente, Biden assinou um decreto que limita o investimento dos EUA em tecnologia chinesa, o que enfureceu as autoridades chinesas — a restrição inclui as chamadas tecnologias sensíveis, como chips de computador.
Segundo analistas, os EUA realizam tais movimentos de olho no aumento das tensões sobre Taiwan, uma vez que as consequências potenciais de um conflito entre China e Taiwan seriam “inimagináveis”.
Biden disse que o decreto, que entrará em vigor no ano que vem, visa garantir que as forças armadas da China não se beneficiem da tecnologia e financiamento borte-americanos, particularmente em setores que "combatem as capacidades dos EUA e aliados".