O ambiente dos investimentos em bolsa no Brasil mudou radicalmente nos últimos anos. Se em um primeiro momento os aplicativos das corretoras independentes como a XP facilitaram o acesso de investidores pessoa física ao mercado de capitais, agora são os bancões que se movimentam para ofertar plataformas mais sofisticadas para suas amplas bases de clientes.
Os correntistas do Itaú têm acesso à plataforma íon. No Bradesco, a Ágora até dispensa o cliente da necessidade de manter uma conta no banco. O Banco do Brasil (BBAS3), por sua vez, acaba de reformular a plataforma Investimentos BB para reivindicar seu espaço nessa “guerra” pela preferência dos investidores.
Não se trata somente de um tapa no visual. O Banco do Brasil agregou recursos de open investment, inteligência artificial e educação financeira a seu aplicativo de investimentos.
Com base nesse tripé estratégico, o BB pretende se diferenciar da concorrência e descomplicar a jornada de investimento de seus clientes, disse ao Seu Dinheiro o gerente geral de captação e investimentos do Banco do Brasil, Fabrício Casali Reis.
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Banco do Brasil está pronto para a próxima fase do Open Finance
De acordo com dados mais recentes do Banco Central, o BB é o quinto maior banco brasileiro em número de correntistas. São cerca de 75 milhões de contas abertas, considerando pessoas físicas e jurídicas.
Colocada à disposição em junho, a nova versão do aplicativo passou de 1 milhão de downloads na plataforma Google Play sem nenhuma divulgação além do boca a boca.
Segundo o prospecto do aplicativo, é possível investir a partir de um mísero centavo. Trata-se, certamente, de um modo de ilustrar a ideia de democratização de acesso a investimentos.
Em números atuais, o Banco do Brasil possui 4,6 milhões de investidores de fato. O número considera clientes com R$ 1 mil ou mais em produtos de investimento, excluindo dinheiro mantido em poupança e produtos automáticos.
A instituição não abre o total custodiado por ela, mas 1,1 milhão desses clientes mantém investimentos de R$ 150 mil ou mais, o que leva o montante à casa das centenas de bilhões de reais.
Totalmente reformulado, o home broker do Investimentos BB é viabilizado a partir de parcerias estabelecidas pelo Banco do Brasil com diversas corretoras.
Já o agregador Carteira B3 permite ao cliente centralizar as informações dos ativos custodiados na bolsa brasileira, estejam eles investidos por meio do BB ou não.
Reis enfatiza que o aplicativo está preparado para o Open Investment, a próxima fase do Open Finance.
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Banco do Brasil aposta na diversificação
Uma das preocupações da iniciativa é com a oferta de produtos que permitam aos clientes a diversificação de seus investimentos.
“Temos um histórico de sugerir a composição de portfólios diversificados, com objetivo de aproveitar oportunidades e mitigar riscos, em busca da otimização da relação entre retorno e risco”, afirma Reis.
Pelo aplicativo, os clientes têm acesso a sugestões de carteira, desde produtos de crédito privado a fundos de renda variável, levando em consideração o perfil, as preferências e o objetivo de cada investidor.
Reis enfatiza que o Banco do Brasil optou por um conceito de arquitetura aberta. Isso permite que o investidor encontre o produto mais adequado disponível, esteja ele no BB ou fora dele. “Atualmente, temos 57 fundos de gestores externos disponíveis na nossa prateleira”, disse Reis.
É nesse ponto que entra a inteligência artificial.
O aprendizado de máquina é usado de modo a orientar a jornada de investimento dos clientes, inclusive com a recomendação de produtos.
No Banco do Brasil, a assessoria personalizada de investimento é garantida para os clientes com depósitos a partir de R$ 150 mil.
Segundo Reis, isso não significa que investidores de menor porte fiquem desassistidos. Se a inteligência artificial se mostrar insuficiente para a demanda de um cliente, consultores concentrados em uma central estabelecida pelo BB em Salvador podem ser acionados.
A instituição tem investido inclusive na capacitação de seus funcionários no atendimento à demanda de seus clientes por produtos mais sofisticados de investimento.
O aplicativo também possui um pilar de educação financeira, com notícias em tempo real, análises e vídeos.
Batizado de InvesTalk, o portal é fruto de uma parceria com o Broadcast, serviço de notícias do Grupo Estado.
O conteúdo também é direcionado a cada cliente de forma personalizada, com a ajuda a inteligência artificial.
“Mais que um portal de informação, o InvesTalk é um portal de formação, e busca refletir o posicionamento do Banco do Brasil de que todo mundo pode ser investidor”, disse Carla Nesi, vice-presidenta de Negócios de Varejo do BB.