Sai uma siderúrgica, entra uma mineradora: esta foi a movimentação feita na carteira de dividendos do Itaú BBA nesta sexta-feira (22). O banco de investimentos anunciou que trocou as ações da Gerdau pelas da Vale (VALE3) em sua seleção para quem investe com foco em proventos.
A alteração se deu entre duas companhias cujo carro-chefe é o mesmo, as commodities metálicas. Os analistas seguem otimistas com as perspectivas para o aço, especialmente considerando o consumo chinês.
O país asiático é a grande fonte de demanda para commodities no mundo, e o Brasil é um de seus principais fornecedores. No caso do minério de ferro, a China importa o produto para fabricar o aço que será utilizado nos setores industrial, de infraestrutura e imobiliário — este último é seu principal consumidor.
“Apesar de o setor imobiliário chinês seguir desaquecido, a produção de aço chinesa vem surpreendendo positivamente ao mesmo tempo que os estoques continuam apertados, o que indica, provavelmente, que outros setores e a exportação estejam compensando essa demanda mais fraca”, argumentam os analistas.
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Por que investir na Vale (VALE3)?
Com esse cenário favorecendo os preços da commodity, o Itaú BBA optou por manter um nome do setor de mineração e siderurgia em sua carteira de dividendos.
A escolhida para representar o segmento até agora era a Gerdau. O banco, porém, não gostou dos últimos resultados da companhia, que, em sua visão, estavam dentro do esperado para o trimestre, “mas sequencialmente mais fracos”.
“A nossa expectativa é que a tendência de piora nos resultados continue até o final do ano, impactados por números mais fracos nas principais divisões.”
Assim, os analistas decidiram passar a priorizar uma empresa com maior carrego e perspectivas de dividend yield — indicador de retorno de um ativo a partir do pagamento de proventos. E é aí que entram as ações VALE3.
Crise da China vai afetar a Vale (VALE3)? Confira no vídeo:
Para o Itaú BBA, a Vale deve enfrentar melhores momentos de resultados à frente. Os analistas argumentam que a manutenção da produção de aço na China deve apoiar o preço do minério de ferro em patamares mais altos do que o mercado tem projetado para 2023.
“Além disso, avaliamos que o caixa advindo da venda parcial da operação de metais básicos pode ser distribuído via dividendos no primeiro semestre de 2024”, acrescentam. Vale relembrar que a mineradora desfez-se de uma fatia da unidade em julho, após meses de negociação.
A transação com a Manara Minerals e a Engine No. 1 foi avaliada em US$ 3,4 bilhões. Segundo os cálculos do Itaú — e considerando os dividendos mínimos — o negócio poderia representar um dividend yield de 8 a 9% para a ação.