A Tencent — proprietária do WeChat e que gerou mais de um quinto da receita do terceiro trimestre com jogos online — viu suas ações caírem 12,4% nesta sexta-feira (22), para o menor nível de fechamento desde o final de novembro de 2022.
E ela não caiu sozinha. Os papéis da NetEase e Bilibili, ambas listadas em Hong Kong e voltados para o mercado de jogos on-line, também despencaram.
A NetEase, que obteve 80% da receita do terceiro trimestre de jogos on-line, desabou 24,6%. As perdas de hoje eliminaram cerca de US$ 14,7 bilhões da capitalização de mercado da empresa.
Já o Bilibili, um site de mídia social que obteve 17,1% da receita líquida total do terceiro trimestre de jogos, viu as ações caírem 9,7% — o valor mais baixo desde novembro de 2022 e que reduziu seu valor de mercado em US$ 307 milhões.
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Por trás da queda das gigantes dos jogos
A China surpreendeu os mercados com um novo conjunto de regras destinadas a conter jogos e gastos excessivos.
O novo projeto de diretrizes divulgado pelo principal regulador de jogos da China exige que os proprietários de jogos on-line se abstenham de fornecer ou tolerar transações caras ou de alto valor em entidades virtuais, seja por leilão ou atividade especulativa.
As recompensas diárias de login também serão proibidas, enquanto os limites de recarga devem ser impostos com avisos pop-up emitidos para usuários que apresentam “comportamento de consumo irracional”, segundo a Administração Nacional de Imprensa e Publicações.
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A gigante tentando se levantar
As novas regras surgem no momento em que a indústria de tecnologia da China começa a emergir de um escrutínio mais amplo que começou no final de 2020.
Há pouco mais de um ano, a Tencent garantiu os direitos de cinco das 45 licenças de jogos aprovadas pela Administração Nacional de Imprensa e Publicação — essas foram as primeiras aprovações desde a repressão de Pequim ao setor de games, iniciada em agosto de 2021.
Nas reuniões legislativas anuais do país em 2021, o presidente da China, Xi Jinping, culpou o vício em jogos on-line pelo aumento da miopia e da piora do bem-estar psicológico dos jovens do país.
*Com informações da CNBC