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Por que as ações da Weg (WEGE3) — uma das queridinhas da B3 — despencam mais de 9% após o balanço do terceiro trimestre?

weg ação wege3

Considerada uma das “queridinhas” dos investidores e uma empresa sólida, as ações da Weg (WEGE3) dificilmente mostram grandes quedas.

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Porém, não é o que se vê na manhã desta quarta-feira (25), com os papéis da companhia despencando mais de 9%, a R$ 31,84, por volta das 12h35. Trata-se da segunda maior queda do Ibovespa.

O principal motivo para essa forte queda é uma desaceleração significativa da receita da companhia no terceiro trimestre, com o número e o ebitda vindo abaixo das projeções de analistas.

Apesar de a receita do terceiro trimestre ter crescido 2% frente ao mesmo trimestre do ano passado, para R$ 8,1 bilhões, o Goldman Sachs destacou que no segundo trimestre a alta na mesma comparação tinha sido bem maior, de 14%.

“Acreditamos que o conjunto de resultados de hoje confirma nossas expectativas de desaceleração nas receitas no segundo semestre, embora contraindo em um nível superior ao esperado no trimestre”, disseram os analistas do banco, em relatório.

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Já Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, acredita que a Weg mostrou números “pouco expressivos, diferentemente do que vinha reportando nos últimos resultados”. 

Esse fator, somado a um valuation mais salgado (24 vezes lucros para o ano que vem) da companhia, o que significa que suas ações são consideradas caras, explicam a forte queda vista hoje.

Quais as dificuldades para o crescimento da receita da Weg?

Segundo a própria Weg, o menor crescimento das receitas consolidadas em relação ao observado nos últimos trimestres concentrou-se principalmente no mercado interno.

Isso porque houve redução na demanda por alguns negócios de ciclo curto, como no segmento de geração solar distribuída. 

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Além disso, a valorização do real frente ao dólar no período também impactou negativamente a conversão das receitas do mercado externo.

Segundo o analista da Empiricus Research, na operação doméstica, o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) foi o que teve pior desempenho, com uma queda anual de 6%. 

“O mercado de geração solar distribuída segue com a demanda retraída em função do alto custo de financiamento e mudanças regulatórias”, afirmou, em relatório.

A sorte é que o mercado externo segue sendo a principal fonte de receita da Weg, sendo responsável por 53% da receita operacional líquida (ROL), enquanto o restante é proveniente do mercado interno.

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Com a queda das receitas, o ebitda foi de R$ 1,74 bilhão no trimestre, o que representou uma alta de 11% na base anual, mas veio 6% abaixo da expectativa do Goldman Sachs e 3% abaixo do consenso da agência de notícias Bloomberg.

Nem tudo é negativo para a Weg

Apesar da forte reação negativa das ações da Weg em função da desaceleração da receita, analistas afirmam que ainda há bons números no balanço.

Os analistas da Guide Investimentos avaliam que a companhia está conseguindo manter sua eficiência, o que é possível notar pela evolução do retorno sobre o capital investido (ROIC) e pela margem ebitda.

O Goldman Sachs concorda com a Guide e destacou como ponto positivo um ROIC de 35,4% no terceiro trimestre, o que representa um crescimento de 100 pontos base frente ao trimestre anterior.

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Além disso, afirma que o custo dos produtos vendidos caiu mais que esperava, contraindo contraiu 1% no trimestre frente ao mesmo período de 2022. 

O custo menor compensou parcialmente a perda na receita e levou a uma margem de lucro bruto de 32,4% (embora levemente abaixo da previsão do banco de 33%).

Os analistas do banco mantiveram a recomendação neutra para as ações da Weg. O preço-alvo é de R$ 44,20, o que representa um potencial de alta de 26,2%.

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Quais as expectativas daqui para frente para a Weg?

Após a decepção com alguns números do balanço e a forte queda do papel, a Empiricus acredita que a companhia precisará retomar seu nível de crescimento histórico para continuar a impressionar. 

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“Dentre as principais avenidas de crescimento, acreditamos que a integração da Regal Rexnord — maior compra da história da companhia — ao longo dos próximos meses contribuirá para impulsionar os resultados da Weg”, afirmou o analista.

A research, porém, segue confiante na capacidade da companhia de continuar expandindo seu negócio com rentabilidade, como feito nas últimas décadas. 

A Weg é uma recomendação de compra da Empiricus Research.

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