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‘Petrobras Arábia’ vem aí? Estatal estudará criação de subsidiária no Oriente Médio após convite da Opep+ ao Brasil

Fachada da sede da Petrobras (PETR3; PETR4)

Fachada da sede da Petrobras (PETR3; PETR4)

A Petrobras (PETR4) deverá começar um estudo neste mês para analisar a viabilidade de abrir uma subsidiária da empresa no Oriente Médio.

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A declaração foi feita pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, à Bloomberg Línea, na sexta-feira (1º). Ele se referiu à iniciativa como "Petrobras Arábia". A ideia seria fortalecer os laços comerciais da companhia na região do Golfo Pérsico.

O anúncio ocorre após a sinalização de adesão do Brasil à Opep+. A entidade é um grupo formado por 23 países entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados.

No caso da Opep, os países têm obrigações a cumprir, como o aumento ou a redução da produção de petróleo, o que não ocorre com os membros da Opep+. Atualmente, entre os aliados que compõem a entidade estão países como Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia.

Lula diz que Brasil não vai "apitar nada" na Opep+

Neste sábado (2) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil vai participar do grupo Opep+, mas não vai "apitar nada" nas decisões do bloco.

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Ele argumentou que a participação brasileira é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis. Segundo o Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a adesão não vai impor ao País nenhuma cota máxima de produção.

Lula participou de um encontro com a sociedade civil durante a Cúpula do Clima da ONU, COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Durante a reunião, representantes de organizações não governamentais defenderam postura enfática contra os combustíveis fósseis.

Silveira já havia sinalizado a entrada do País na entidade durante a semana. "A Opep+ é uma plataforma de discussão da indústria petroleira, onde poderemos discutir transição energética", disse, acrescentando ser necessário e urgente avançar nesse tema. Ele argumentou que o Brasil foi convidado porque o governo Lula é reconhecido por "ser do diálogo".

Ainda neste sábado, Prates defendeu que as receitas petrolíferas sejam aplicadas em esforços de transição energética numa crescente.

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"É preciso compreender que o mundo simplesmente não pode parar de usar petróleo de um dia para o outro. Nós ainda vamos precisar dele. É importante também que as receitas petrolíferas dos Estados e empresas sejam usadas gradualmente cada vez mais para a transição energética", disse em vídeo gravado na COP-28, em Dubai.

Segundo ele, o debate sobre o papel das petroleiras na transição, previsto para quarta-feira (6) será a principal contribuição da Petrobras e suas pares globais, estatais e privadas, na conferência.

Parcerias entre Petrobras (PETR4) e sauditas estão avançando, diz Prates

Na quarta-feira,(29) Prates havia afirmado em uma rede social que a estatal estava avançando em parcerias com os sauditas, para "garantir que possamos trabalhar conjuntamente em projetos de segurança, acessibilidade e sustentabilidade energética". Ele não deu mais detalhes.

O presidente da Petrobras participou da mesa de debates do Fórum Empresarial Arábia Saudita-Brasil, em Riade, na Arábia Saudita, com Lula. O evento promovido pela Apex Brasil reuniu as principais empresas e entidades brasileiras e sauditas para promover a prospecção econômica entre ambos os países.

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"Na mesa sobre energia, defendi que o Brasil possui grande potencial na liderança operacional da transição energética, que já está em curso. Nosso País detém uma matriz energética e elétrica importantemente renovável. E isso serve tanto de desafio como de referência para nossas relações com a Arábia Saudita e demais países", disse Prates.

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No encontro, Lula também convocou a Arábia Saudita a avaliar parcerias na área de fertilizantes. O Brasil é o maior importador do insumo, ao mesmo tempo que é uma dos maiores fornecedores de alimentos do planeta.

A Petrobras possui quatro fábricas de fertilizantes, sendo uma em construção, a UFN III, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, que chegou a ter a venda anunciada pelo governo Bolsonaro para o grupo russo Acron, mas não foi adiante; e outras três que foram hibernadas (Fafen-PR) e arrendadas (Fafen-BA e Fafen-SE) entre 2019 e 2020.

Segundo Prates, a intenção da Petrobras agora é retomar todas as unidades. A primeira que deverá voltar à operação é a unidade do Paraná, que está hibernando, e conversas já estão sendo feitas para possíveis projetos conjuntos nas fábricas arrendadas na Bahia e Sergipe. Já a fábrica de Três Lagoas tem previsão de iniciar a operação em 2028, com possibilidade de ter o prazo antecipado.

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