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Passa-se o ponto: Carrefour (CRFB3) negocia a venda de 5 lojas e 5 centros de distribuição por R$ 1,3 bilhão

Fachada de loja do Carrefour (CRFB3); além dos mercados com essa bandeira, a empresa também opera a marca Atacadão, de atacarejo

Depois de apresentar números abaixo do esperado no primeiro trimestre, o Carrefour (CRFB3) anunciou nesta quinta-feira (11) que está negociando a venda de cinco centros de distribuição e cinco lojas próprias com a Barzel Properties.

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Se a transação for efetuada, o Carrefour ganhará um reforço no caixa de R$ 1,3 bilhão — com R$ 1,1 bilhão líquidos de impostos sobre ganho de capital e outras taxas.

Os ativos estão sendo negociados em uma operação conhecida como sale and leaseback, ou seja, quando uma empresa vende os imóveis e aluga os mesmos depois da venda. 

De acordo com os termos do acordo, o Carrefour vai poder alugar os imóveis de volta em contratos com duração de 20 anos, renováveis por períodos adicionais de cinco anos. 

Segundo o Carrefour, a Barzel foi selecionada para a próxima etapa de negociações, após a realização de um processo competitivo que contou com a participação de outras empresas reconhecidas no mercado.

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Carrefour: as implicações do negócio

As despesas com aluguel desses imóveis serão de cerca R$ 10 milhões por mês, o que resulta em um cap rate (taxa de capitalização, na sigla em inglês) de 9,1%.

Essa taxa, que também indica o quanto determinado imóvel retorna de capital para o seu proprietário em relação ao montante investido, é calculado pela projeção dos aluguéis ante o valor do imóvel. 

Portanto, se o valor do imóvel aumenta, o cap rate cai, o que pode ser um negócio mais favorável ao vendedor.

Caso a operação de sale and leaseback não seja concluída com a Barzel dentro do período de exclusividade acordado entre as partes, o Carrefour retomará as negociações com os demais players que apresentaram ofertas no processo competitivo. 

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O que há por trás do negócio

O Carrefour explicou que a operação de sale and leaseback está em linha com a estratégia do grupo de maximizar a eficiência operacional e financeira baseada na revisão contínua de seus ativos imobiliários. 

“Nesse contexto e considerando as oportunidades observadas no setor imobiliário, o grupo decidiu rentabilizar ativos com perfil voltado para distribuição e logística", disse o Carrefour em nota. 

Mas é fato que o grupo enfrenta um grande desafio depois que anunciou a compra do Grupo BIG, no ano passado — basta ver que a rede de supermercados reportou números aquém do esperado para o primeiro trimestre deste ano. 

O grupo registrou seu primeiro prejuízo líquido, de R$ 113 milhões, desde que abriu capital na bolsa brasileira. No cálculo ajustado, que deduz receitas e despesas não recorrentes, o prejuízo foi ainda maior, de R$ 375 milhões. 

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Com uma perda tão simbólica, já que é a primeira, nada mais natural do que reforçar o caixa. E é aí que entra a negociação dos centros de distribuição e das lojas. 

Se a operação for bem sucedida, o Carrefour consegue um reforço bilionário no caixa de maneira quase imediata — o que pode ajudar o grupo a superar a fase de transição da compra do BIG com menos percalços. 

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